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Ulcerate - "Vermis" Review



Uma das grandes surpresas da Nova Zelândia da segunda metade da década passada, no que ao death metal técnico diz respeito, os Ulcerate, que chegam agora ao seu quarto álbum, não se podendo dizer que continuam a ser uma surpresa mas o seu som continua a ter um grande impacto a todos aqueles que o ouvem, seja pela primeira vez ou não. Para já, o que impressiona é a sua dimensão, o som é enorme. Quando a intro "Odium" começa a soar, é como que o formar de uma tempestade e o ouvinte tem noção disso. Quando o tema título explode é mesmo essa confirmação, força parva e técnica absurda.

Todos os instrumentos estão no seu máximo, mas a bateria... é absurda. O nível técnico, o poderio com que Saint Merat castiga o instrumento é uma coisa digna de se apreciar. Isto apenas com som, imaginemos se tivessemos imagem. As guitarras, apesar das dissonâncias (que fazem parte da identidade dos Ulcerate) conseguem também além de fustigar, ainda criar um ambiente, o que dá uma tonalidade muito própria ao seu death metal (atentar nas duas faixas instrumentais, a já referida intro "Odium" e a "Fall To Opprobrium"). Esse ambiente é intenso, algo desagradável e até claustrofóbico, mas acenta como uma luva - basta ouvir a "Weight Of Emptiness" para comprovar tudo isto.

O facto de serem um power trio (que ainda acrescentam mais força ao termo) ainda torna tudo mais imporessionante, já que parece que está aqui uma orquestra inteira de barulho sincronizado que é sem dúvida um festim para todos os amantes de música intensa, pouco usual, técnica e dissonante. Os Gorguts têm aqui um concorrente à altura para o seu álbum de regresso, um grande trabalho, que poderá demorar a absorver mas que deixa logo marca no primeiro impacto.
 

Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira