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Entrevista aos Vattnet Viskar


Depois de um espantoso EP em 2012, os norte-americanos Vattnet Viskar entram na recta final de 2013 com o álbum “Sky Swallower”. Num nitidamente álbum apocalíptico, Nick Thornbury falou-nos do conceito do seu trabalho e ainda nos deixa, muito em aberto, um cheiro sobre o futuro da banda. Estamos condenados, mas pelo menos acabaremos em estilo.


M.I. - Fiquei impressionado com o EP de 2012 e, agora, Vattnet Viskar ataca com o álbum “Sky Swallower” – a qualidade é única. Sentes que podem ser empurrados para um nível mais alto com este álbum de estreia?

Sabes, recentemente pensei para mim mesmo que o EP e o “Sky Swallower” eram parecidos. Não ouvia o EP há algum tempo, por isso fui ouvi-lo e fiquei completamente fora de mim pelas imensas coisas que progrediram desde então. Fiquei mesmo surpreso!


M.I - O que é os Vattnet Viskar estão a tentar avisar-nos com este álbum e com o seu título?

Por alguma razão gosto de escrever sobre matérias negras, o que contradiz completamente a minha personalidade. A maioria das músicas são sobre coisas terríveis que acontecem pelo mundo, seja guerra, fome ou apenas excesso em tecnologia. Apercebi-me que sou parte de alguns problemas no mundo e penso bastante nesse tipo de luta.


M.I. - Existem interlúdios entre as músicas. Será que o ouvinte pode interpretar isso como novos capítulos na história?

Claro, se é assim que as pessoas vêem, óptimo! Nós queremos mesmo que o ouvinte possa retirar o que conseguir da música, adoro o quanto isso varia de pessoa para pessoa. É também por isso que deixo as letras serem tão vagas.



M.I. - Acho que o vosso som é muito maduro e consegue facilmente transmitir uma mensagem mesmo que o vocalista não esteja a cantar. Sinto que vamos por aí abaixo, mas em harmonia e com estilo.


É isso que nós sentimos, por isso é bom saber que é por aí que vai a nossa mensagem. As vozes são de longe o menos importante para nós. O mais importante é criar uma atmosfera.


M.I. - A mistura entre black e doom metal oferece-nos uma viagem apocalíptica. Consideram-se uma banda apocalíptica?

No geral diria que não. Embora este álbum trate de muitos problemas que serão nosso fim, coisas que estão definitivamente a arrastar-nos nessa direcção. Já começámos a discutir e a mandar ideias para o ar sobre onde queremos ir tematicamente na próxima vez, e não é definitivamente para o mesmo sítio.


M.I. - Um EP em 2013, um longa-duração em 2013, suponho que se segue a promoção. Uma banda que trabalha arduamente. Precisam de estar constantemente a compor como precisam de respirar? O que vai acontecer em 2014?

Esperançosamente muitos concertos! Gostamos mesmo de estar na estrada e tocar todas as noites, é por isso que estamos nisto. Não temos nada planeado sobre o que iremos escrever de seguida, mas tenho a certeza que vamos, naturalmente, atirar algumas ideias e ver o que acontece. Apenas queremos esfolar-nos a trabalhar por isto.



M.I. - Já ouviste falar na expressão hipster metal? Bandas como Vattnet Viskar costumam ser rotuladas como tal na Europa. Sentes o mesmo nos Estados Unidos?


Constantemente! Geralmente são os fãs do “verdadeiro” black metal tradicional que nos odeiam, e está tudo bem. Apenas fazemos o que fazemos, não estamos para atender determinados grupos. Não podes fazer todos felizes e se tentas dás em maluco.


Entrevista por Diogo Ferreira