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Obelyskkh - "Hymn To Pan" Review

 

O início de "Hymn To Pan", a música que inicia o álbum com o mesmo nome surge da mesma forma como a banda que a gravou, sem ninguém dar por isso. E sem ninguém dar por isso, esta banda alemã edita agora o seu terceiro álbum, sendo que o primeiro foi lançado em 2011. Tal como a já referida faixa título, também o ouvinte se embrenha na banda e quando se dá conta, está bem agarrado. Não se trata sequer de querer libertar-se e não conseguir. É sobretudo nem se lembrar que se quer libertar. E porque é que alguém haveria de querer libertar-se de algo assim? Simples perguntas de retórica.

A questão é que o doom metal não é tão fácil como parece, como alguns músicos fazem querer parecer. O facto de se tocar lento não é uma questão de falta de técnica ou habilidade musical para compor. Pelo contrário. Não é fácil fazer uma música com dez minutos, com intensidade e força suficientes para que se aguentem os ouvintes atentos do outro lado e essa é uma questão ultrapassada com mestria por parte deste quarteto alemão. As melodias viciantes interligadas com um certo sentido de rock psicadélico e progressivo, faz com que o doom metal assuma contornos invulgares, bebendo também muito de stoner. Uma fórmula vencedora, que apesar de tudo, nem sempre resulta na perfeição.

Composto por seis faixas, uma de dez minutos, quatro de oito e a última com mais de vinte minutos, revela-se longo demais, principalmente na última faixa, onde a atenção acaba por se dispersar. Aquilo que resulta na perfeição anteriormente, ou seja, as faixas a terem uma longa duração mas essa longa duração a justificar-se plenamente é justamente o que falha na última faixa, que começa da melhor forma mas que a certa altura perde-se nos seus devaneios e acaba por perder o próprio ouvinte, conforme o mantra sónico que criam demora muito tempo a ter efeito e termina já fora do prazo. Isto, no entanto, não belisca a qualidade geral do álbum, que dentro do seu género, se apresenta como algo de topo.

Doom metal para aqueles que têm um fraquinho pela música aventureira e experimental da década de setenta, com tudo o que de bom e mau resulta daí. Uma banda a descobrir e um álbum intrigante e para apreciar aos poucos - já que se torna digiri-lo de uma vez só.
 

Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira