Que não existam dúvidas que o doom está a atravessar um momento fantástico, com uma série de boas bandas a lançarem álbuns e outras tantas estreiam-se. É o caso dos suecos Monachus que com este "Below" chegam ao segundo álbum, tendo o primeiro álbum sido lançado em 2011. Não são propriamente novatos, já que três dos seus quatro membros estavam na banda Icos, a tocar mais ou menos o mesmo estilo de som, com a qual lançaram também dois álbuns. Essa experiência é notária, apresentando um álbum com quatro faixas longas (a mais pequena tem seis minutos), cheio de ambientes ritualistas e viajantes.
A primeira faixa, "Waves", no seu início, ameaça ser um funeral doom/drone de respeito, mas depressa desagua no doom psicadélico e melancólico, sem nunca esquecer o peso, que faz o ouvinte esquecer que tem os pés acentes no chão e quando se dá conta, já passaram doze minutos. As coisas ficam um pouco mais feias (no bom sentido) e pesadas com "Curse" com a voz a ficar mais ríspida (não chegando aos domínios do gutural mas a ficar muito perto) e um ambiente bem mais próximo daquilo como se convenciona chamar de sludge e post-metal, não escapando no entanto ao feeling psicadélico e viajante que já tinha sido introduzido na primeira faixa.
Por falar em drone, é uma boa forma de descrever a terceira faixa, "Circles", que começa um ritmo hipnótico de baixo e bateria, e com um dronezinho que acaba por marcar toda a música em termos de melodia. O ambiente fica sempre presente ao longo dos seus doze minutos, mesmo quando a distorção ataca. A voz femina ajuda a estabelecer e aprofundar ainda mais o ambiente spooky. Melancolia, escuridão e um bilhete para mais uma viagem. "Onward" encerra o álbum quase de forma antémica, sendo uma faixa como uma melodia catchy e com uma energia contagiante, intercalada por momentos calmos com um série de samples do que parece ser a voz de John Hurt, no filme "V de Vingança". A forma como a música acaba é a melhor forma para o álbum findar, em fade out.
Em resumo, um álbum indicado para todos os amantes de doom/sludge/post metal, sem haver o elemento hardcore que muitas vezes aparece associado aos dois últimos subgéneros indicados atrás. Doom metal algo experimental, ambiental e sobretudo viajante. All aboard?
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
A primeira faixa, "Waves", no seu início, ameaça ser um funeral doom/drone de respeito, mas depressa desagua no doom psicadélico e melancólico, sem nunca esquecer o peso, que faz o ouvinte esquecer que tem os pés acentes no chão e quando se dá conta, já passaram doze minutos. As coisas ficam um pouco mais feias (no bom sentido) e pesadas com "Curse" com a voz a ficar mais ríspida (não chegando aos domínios do gutural mas a ficar muito perto) e um ambiente bem mais próximo daquilo como se convenciona chamar de sludge e post-metal, não escapando no entanto ao feeling psicadélico e viajante que já tinha sido introduzido na primeira faixa.
Por falar em drone, é uma boa forma de descrever a terceira faixa, "Circles", que começa um ritmo hipnótico de baixo e bateria, e com um dronezinho que acaba por marcar toda a música em termos de melodia. O ambiente fica sempre presente ao longo dos seus doze minutos, mesmo quando a distorção ataca. A voz femina ajuda a estabelecer e aprofundar ainda mais o ambiente spooky. Melancolia, escuridão e um bilhete para mais uma viagem. "Onward" encerra o álbum quase de forma antémica, sendo uma faixa como uma melodia catchy e com uma energia contagiante, intercalada por momentos calmos com um série de samples do que parece ser a voz de John Hurt, no filme "V de Vingança". A forma como a música acaba é a melhor forma para o álbum findar, em fade out.
Em resumo, um álbum indicado para todos os amantes de doom/sludge/post metal, sem haver o elemento hardcore que muitas vezes aparece associado aos dois últimos subgéneros indicados atrás. Doom metal algo experimental, ambiental e sobretudo viajante. All aboard?
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
