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Reportagem: Dark Tranquillity e Tristania @ Paradise Garage - 19/11/13


O dia 19 de Novembro prometia mais uma grande noite de metal no Paradise Garage. Isto porque era noite de duas importantes bandas, os colossos do death metal melódico, os suecos Dark Tranquillity, bem conhecidos do público nacional, e os noruegueses Tristania, uma das figuras importantes do metal gótico cantado no feminino.


Os Tristania traziam um muito bom novo álbum na bagagem e sabiam-no, por isso promoveram-no em força. "Darkest White" foi o grande destaque do alinhamento com cinco músicas, a saber: "Number", "Night on Earth", "Himmelfall", a faixa título e "Requiem", sendo que esta última fechou em óptimo nível o concerto. Houve pouco espaço para temas antigos, apenas "Beyond the Veil" do álbum com o mesmo nome e "The Shining Path" de "World Of Glass" foram visitadas nesta noite. Mariangela Demurtas esteve em bom plano nessas músicas mas foi nas faixas dos álbuns em que a mesma participa, "Rubicon" e "Darkest White" que a vocalista mais brilhou, mostrando um vozeirão digno de registo, e foi muito bem coadjuvada por Kjetil Nordhus e Anders Høyvik Hidle nos registos limpo e gritado, respectivamente. Foi a primeira vez que a banda nórdica actuou em Lisboa e obteve uma boa reacção do público, pelo menos foram alvo de muitos aplausos entre cada tema. Talvez não tenha sido a banda mais óbvia para suporte dos Dark Tranquillity, nesse capítulo os finlandeses Insomnium, que estiveram encarregues da abertura dos suecos na anterior passagem destes por portugal, poderiam ser considerados por alguns, uma banda mais acertada para a ocasião. No entanto, a boa música não tem géneros e os Tristania pertencem ao grupo dos bons.




O que dizer da actuação dos Dark Tranquillity? A banda não sabe dar concertos que não sejam de alto nível e este não foi excepção à regra. De facto, os suecos são um grupo de excepção tanto ao vivo como em álbum e, por isso, qualquer que fosse a setlist do concerto, a qualidade seria garantida. O colectivo de Michael Stanne, Niklas Sundin e companhia é dos poucos que se poderia dar ao luxo de mudar de alinhamento de concerto para concerto sem que qualquer um desiludisse os fãs, graças a uma discografia recheada de grandes músicas, espalhada pelos seus álbuns. Apesar de neste concerto no Paradise Garage, cinco dos temas tocados serem de "Construct", o disco que a banda está a promover, a setlist percorreu nove dos dez álbuns da sua história, faltando apenas faixas do antigo "The Mind's I", o único a não ser representado em Lisboa. Mais longínquo ainda é "Skydancer", o trabalho de estreia dos Dark Tranquillity, editado há 20 anos. Para comemorar a data, a banda tocou "A Bolt of Blazing Gold", com a preciosa ajuda da latina Mariangela Demurtas no capítulo vocal. A italiana acompanhou também Michael Stanne em "The Mundane and the Magic", começando aquele que foi o trio de temas mais intenso do concerto, que continuou com o clássico incontornável "Punish My Heaven", que teve direito a mosh e à habitual cantoria por parte do público, e "The Wonders At Your Feet", com os presentes a irem ao delírio. Mas o concerto a partir daí continuou em grande porque ainda houve temas como "Iridium", "Terminus (Where Death Is Most Alive)", "ThereIn", "Lost to Apathy", "Misery's Crown" e "Lethe" para terminar mais um concerto memorável a todos os níveis dos suecos, em solo português. É pena desta vez o público não ter correspondido em massa e estar apenas meia casa no Garage, porque uma banda que consegue sempre actuações de nota elevada como os Dark Tranquillity merece ter sempre sala cheia. Quem esteve presente não se arrependeu, seguramente.


Texto por Mário Santos Rodrigues
Fotos Por Diana Fernandes
Agradecimentos: Prime Artists