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Outrage - "Brutal Human Bastard" Review


É impossível levar a sério o início do álbum através da intro tema título. Um discurso com a distorção em crescendo no fundo, sobre um homem que se descreve a si próprio, ou à sua condição, terminando com "I am what they call a Brutal Human Bastard". O que ele não diz é que o seu sotaque faz com o que diz, por si só, já uma pérola, seja impossível de levar a sério. "Cryptic Time" surge logo de seguida, apresentando um death metal poderoso mais próximo daquilo que foi feito no século passado do que propriamente a maior parte das apostas da sua editora, Massacre, ou seja metal ou deathcore. Logo aí até se fica automaticamente fã da banda, só pelo facto de nos apresentarem algo inesperado - ao ponto em que as modas fazem um pobre ouvinte chegar.

Este é já o segundo álbum da banda austríaca que diz ter grande parte das suas influências proveniente do death metal da Flórida dos anos noventa e principalmente de bandas como AC-DC, Sepultura e Six Feet Under. Do último nome, até se podem ouvir essas influências, mas de Sepultura e AC-DC é um pouco mais difícil de encontrar algo, mas isso é apenas um pequeno pormenor. Em quase quarenta minutos, a banda despeja o seu death metal poderoso, com alguns solos melódicos e leads a condizer e fá-lo de forma exemplar. Dificilmente se tornará um clássico do género mas de certeza de que agradará a todos os fãs do mesmo.

Alguns poderão aborrecer-se, poderão sentir de que se está aqui a bater na mesma tecla ao longo de nove músicas (tirando a já citada intro e a cover de Nirvana, "Negative Creep" que fecha o álbum), mas é pura e simplesmente death metal, não é esperado que reinventem a roda ou que façam algo longe da sua essência. É isso a que se propõem, é isso que entregam, com algum sucesso, acrescente-se. E até consegue surpreender com "Deprivation", bem melódica, no bom sentido. Ritmado, pujante, com produção a condizer e a enaltecer as composições, "Brutal Human Bastard" é um bom álbum de death metal. E isso chega.


Nota: 7.2/10

Review por Fernando Ferreira