A Austrália ainda não é um país profíquo no que à produção de metal de qualidade diz respeito. Existem uma série de nomes, mas não mais que ultrapasse os dedos das mãos. Se pensarmos num género específico como o death/doom orquestral e sinfónico, dificilmente se encontrará um nome de peso. É exactamente o país de onde são oriundos os Rise Of Avernus e é exactamente no death/doom orquestral e sinfónico onde se movem e sendo "L'Appel Du Vide" o seu primeiro álbum, depois de um EP auto-intitulado, é impossível não se ficar surpreendido com um trabalho tão forte, tão consistente.
A fórmula é aquela que resultou na perfeição em bandas como Theatre Of Tragedy, Lacuna Coil (no início das suas carreiras) After Forever e Epica (desde sempre), com um pequeno, grande (e importante) pormenor: Embora tenha elementos das quatro (e de outras no género), não fazem lembrar directamente nenhuma destas bandas. Sabemos que se tem o andamento doom, com a ocasional explosão (como na recta final da "Disenchanted"), orquestrações bem conseguidas, dicotomia entre a voz masculina, maior parte das vezes gutural, e a femina. No entanto é no algo mais que a banda brilha, exibindo um à vontade de veteranos. Este álbum passa como sendo de uma banda experiente e não apenas de um projecto que tinha apenas como intuito juntar os dois vocalistas, Ben Vanvollenhoven e Catherine Guirguis.
Um álbum forte onde as oito músicas fluiem todas na perfeição, desde o início fulgurante com "A Triptych Journey" passando pela algo supreendente "Embrace The Mayhem" com o recurso ao saxofone e finalizando com a melódica "As Soleness Recedes", que por sua vez emprega o violino, beneficiado em muito por uma produção poderosa que faz com que as músicas tenham um brilho especial. De certeza de que será um dos grandes nomes de metal da maior ilha do mundo e não será necessário passar muito tempo que isso aconteça, apenas mais um álbum com metade da qualidade do que "L'Appel Du Vide" tem.
Nota: 8.7/10
Review por Fernando Ferreira
