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Starsoup - "Bazaar Of Wonders" Review


Já foi falado aqui algumas vezes da diferença que se verifica entre aquilo que se pode ler no press release do lançamento de um álbum e aquilo que se pode efectivamente ouvir. Quando se tem uma frase que diz, e passo a citar, "as músicas variam estilisticamente - poderá considerar-se que são algo parcialmente semelhantes com Metallica e Disturbed, assim como com Dream Theater e Stone Sour", é impossível não sentir uma certa curiosidade, afinal temos uma das maiores bandas de metal do mundo (com várias fases, thrash, thrash progressivo, heavy metal, southern rock, a javardice que aconteceu no "St. Anger"), uma banda de nu-metal poderoso, que tenta sobreviver como pode ao fim da moda de onde surgiu, a maior banda de metal progressivo do mundo, em conjunto com outra banda com conotações ao nu-metal, mas que tem uma base mais apoiada no rock alternativo. Parece uma grande salada, não é? O que se ouve em "Bazaar Of Wonders" não tem nada das bandas atrás mencionada. Nada. No entanto, isso não faz com que seja um mau álbum, não sendo também fora de série.

Apesar de ter uma formação, na verdade, os Starsoup são um projecto do seu vocalista (e guitarrista) Alexey Markov, com a participação de vários músicos, sendo os que destacam são Alexander Vetkhov na bateria e  Ilya Mamontov nas guitarras lead e baixo, um projecto que se pode considerar, esquecendo todas as descrições do press-release como rock e metal progressivo, com algumas variações que simplesmente não resultam como a tentativa de rap na "Ain't No Superman" (será que é daqui que vem a menção a Disturbed e Stone Sour? Mesmo assim... não faz sentido). "Cradle Of War" tenta ir na direcção da power ballad, com saxophone e tudo, mas simplesmente perde-se pelo caminho, não tendo a qualidade em termos de produção, nem soluções em termos de composição para manter o ouvinte interessado por mais de sete minutos. E esta música é o reflexo do álbum inteiro. Um grande... "falta-te um bocadinho assim".

A fazer uma comparação seria com aquelas bandas que vieram na senda de algo na linha dos Fates Warning no início dos anos noventa, com gosto pela melodia, a tentar complicar o que é simples - algo que por vezes se confunde com progressivo - e que tentam demasiado. Tentam demasiado encaixar num rótulo ficando sempre aquém das expectativas daquilo que se propõem. Alguns bons refrãos, algumas boas ideias, mas demasiado espalhadas para que façam a diferença. Se se juntasse a força de um tema como "Past Bites", à qualidade do tema instrumental "Bazaar" e multiplicasse por doze, talvez se tivesse um álbum mais interessante. Assim, apenas temos mais um caso em que as palavras do press release são bem mais interessante do que a música que esse mesmo documento quer promover.


Nota: 5/10

Review por Fernando Ferreira