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Alfahanne - "Alfapokalyps" Review


Se a análise a este álbum começar pelas fotos promocionais, a primeira coisa que surge na cabeça é... "O que raio se passa com este pessoal?". Fica-se na dúvida se são uma banda de black metal, de glam rock ou de punk rock arraçado de BSM. Isto porque cada elemento, ou melhor, dos dois elementos parece que vistaram a farda (black) metal, enquanto outro a de glam rock, também com um certo toque de metal enquanto o quarto, opta por aparecer de tronco nú, óculos escuros e os mamilos tapados com fita-cola. Na verdade, isto pouco importa certo, o importante é o som. Apenas foi referido este facto porque a música pode ser tão desconcertante quanto as fotos promocionais. E é um pouco a mistura destes estilos todos - talvez o glam rock não seja tão focada.

A faixa de abertura, "Bättre Dar", é uma espécie de punk/rock/pop depressivo e esquisito porque soa a tudo e não soa nada ao mesmo tempo. A presença de Niklas Kvarforth  (dos Shining) como vocalista convidado ainda acentua essa confusão de identidade. Aliás, este termo poderá aplicar-se a grande parte das músicas aqui contidas. Confusão de identidade ou de géneros que será sem dúvida a identidade da banda. É menos confuso perceber isto do que tentar classificar o estilo musical. Embora as coisas tenham algumas variações - "a Ormar Av Satan" é mais black metal e a "Såld På Mörkret" é mais intensa (talvez a mais black metal de todas contidas neste trabalho, esta contando com os préstimos vocais de Taake) - há sempre aquela sensação de que há algo que não encaixa, mas ao mesmo o tempo, o facto de não se conseguir identificar muito bem o que raio se está ouvir faz com que ainda se torne mais apetecível.

No entanto, poderá ser uma sensação que desapareça rapidamente para aqueles que são puros apreciadores de black metal puro e duro, colocando "Alfapokalyps" numa posição frágil. Naquela em que os que gostam de black metal não consideram que o grupo seja verdadeiro o suficiente e que os que gostam de indie rock, misturando punk/pop, achem que a banda tem demasiados elementos extremos na música, embora possivelmente tenha mais possibilidades de agradar a estes últimos do que aos primeiros. Um álbum estranho que primeiro estranha-se e depois... continua a estranhar-se.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira