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Deathpoint - "Sinister" Review


Mais metalcore do Canadá. Diz logo tudo e provavelmente tira a vontade de continuar a ler - quanto mais ouvir o álbum. Nada contra o estilo, todo o tipo de preconceito é idiota à partida, mas a verdade é que o estilo estagnou e já não apresenta nada de estonteante há muito tempo - ainda que os críticos possam dizer que nunca apresentou nada do género. Os Deathpoint apesar de terem todos os trejeitos do metalcore, até nem podem ser acusados de serem daquelas bandas que venderam descaradamente ao diabo em busca de um caminho rápido para a fama e glória. Há aqui também uma honestidade naquilo que fazem que não consegue ser forjada.

Tem-se um metal moderno, com os inevitáveis breakdowns, com algum do espírito do nu-metal no que diz às vocalizações, a fazer lembrar Slipknot de vez em quando, e depois também se tem direito de vez em quando a alguns solos bem conseguidos (ouvir a "Entitled To Nothing) e uma certa colagem aos Fear Factory na sua fase menos interessante, álbum "Digimortal". Tudo isto parecem ser parcelas de uma soma que dá mau resultado, mas até é bem melhor do que se esperaria. Os elementos que irritam aqueles que os detestam estão presentes mas há aqui verdadeiras canções e não apenas desculpas para que esses mesmos elementos possam aparecer.

Boas músicas, melódicas, ainda que modernaças e próximas de uma certa beleza plástica que anda se vê muito por aí hoje em dia. Mesmo assim, uma música como "Lost Haven" tem interesse suficiente para chamar a atenção do ouvinte. O ponto alto está mesmo na épica "Thirty Stiches", a música que fecha o álbum, com um grande solo de guitarra logo a iniciar o tema e com um sentido melódico muito acima da média. Um grande tema. Se houvesse um álbum inteiro com músicas desta qualidade, aí os Deathpoint é que surpreenderiam definitivamente.
 
Nota: 6.8/10

Review por Fernando Ferreira