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Murk - “Tyrants Of Decay” Review


Não é preciso chegar a meio de “Modus Operandis”- o tema de abertura deste EP – para se perceber que este colectivo de Olhão sabe fazer boa música, mesmo que os restantes temas sejam fracos (o que não acontece). O groove impregnado nos riffs aliciantes, a produção cristalina que não costuma assentar mal em bandas que queiram praticar death metal mais à século XXI, as vocalizações que parecem uma versão mais grave das de Ihsahn e os teclados que conseguem aparecer nos momentos certos para aumentar o impacto da música são uma receita eficiente para se conseguir um registo forte, veja-se logo no tema-título, o segundo no alinhamento, que pega em todos estes elementos e trabalha-os de uma forma mais marcante, num tema que praticamente grita headbanging. Sendo esta a estreia destes nacionais, é interessante ver que não se mantêm numa linha recta, explorando vários campos sonoros nos seis temas de “Tyrants Of Decay”. Em “Dehumanized” e “Footprint Of God” há uma clara abordagem a um death metal melódico, arrancando uns bem orelhudos riffs neste último tema. “Tempos de Má Sorte” é uma pseudo-balada que faz pensar em discos dos anos 90 de Moonspell, como o “Irreligious”; quebrando um tanto a força que se tinha vindo a sentir desde o início do EP e revelando uma veia gótica, contudo o último tema retoma a corrente que tinha sido abrandada, destacando-se nele o recurso a um pouco mais de teclas e de voz cantada numa secção.

Os Murk apresentam-se assim como uma banda versátil que consegue produzir temas com diversidade sem comprometer a sua base sonora, com a excepção óbvia de “Tempos de Má Sorte” o qual, não sendo mau, é a faixa mais diferente de tudo o que aqui está gravado. Pelo que se pode ouvir neste EP, estes algarvios são merecedores de atenção para os seus lançamentos futuros.

Nota: 7.8/10

Review por Tiago Neves