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Heart - "Fanatic Live From Caesars Colosseum" Review



Poderá ser um choque ou surpresa (ou os dois) saber que Heart é uma banda com mais de quarenta anos de carreira e que já tem quinze (!) álbuns de originais lançados, principalmente para aqueles que ouviram falar pela primeira vez do grupo com o tema (e videoclip de) "Alone" e "What About Love", as duas músicas que se tornaram de hinos da banda, representantivos do seu sucesso nos anos oitenta, na sua fase AOR. A questão é que a banda não começou nos anos oitenta, tendo encantado muitos fãs de hard rock na década de setenta. Este álbum ao vivo surge na ressaca do último trabalho de originais de "Fanatic", que foi muito bem recebido, coincidindo com a entrada para o Rock And Roll Hall Of Fame.

É nesse espírito que surge este CD/DVD por parte da Frontiers. Como já é normal, apenas temos acesso ao audio, portanto é nessa parte que focaremos esta pequena análise. O grande destaque daqui vai para o já mencionado último álbum, com "Fanatic" logo a abrir as hostilidades e mais quatro outras músicas ao longo do espectáculo. Para quem possa pensar que este "Fanatic Live From Caesars Colosseum" é um exercício de nostalgia e uma tentativa de capitalizar sob glórias passadas, cinco músicas do último álbum de originais lançado em 2012 prova exactamente o contrário. Mas mais do que apostar em temas do seu trabalho mais recente, é a vitalidade das músicas e da sua interpretação das mesmas que demonstra que a banda de Seattle ainda tem muito para dar.

Com foco nas diversas fases da banda das irmãs Wilson, temos temas antigos como "Dog And Butterfly" (aqui a beneficiar de um tratamento sinfónico) ou "Barracuda" (provavelmente um dos primeiros clássicos da banda) a aparecer. Aliás, essa é uma das grandes surpresas deste lançamento. Apesar do foco no álbum recente, o que se tem mais perto da actualidade cronologicamente é balada "Alone", do "Bad Animals" do já distante ano de 1987, o que já dá a indicação de que a banda não tem vergonha das suas raízes hard rock, pelo contrário. Um bom álbum ao vivo, que surpreenderá aqueles que já julgavam a banda morta e enterrada.


Nota: 7.9/10

Review por Fernando Ferreira