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Almah - "Unfold" Review


Agora que ficou finalmente consumada a separação de Edu Falaschi dos Angra, é altura do vocalista brasileiro se focar a 100% nos seus Almah que, para todos os efeitos, já há muito que são o seu principal ponto de interesse.

Convém salientar que "Unfold", o seu 4º disco de longa duração, acabou por sofrer um ligeiro atraso devido a uma operação que Edu teve que levar a cabo às suas cordas vocais... quem ouve o disco não diria tal coisa.

"Unfold" segue então as pisadas do muito interessante "Motion", lançado em 2011. Ou seja, os Almah continuam a não ser tão exuberantes como os Angra, mas continuam a ser mais pesados, diversos, e virados para o conceito simplista de escrever uma boa canção. A juntar isso a mantêm a mesma frescura dos primeiros lançamentos, sem denotarem o cansaço que a banda de Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro já começam a evidenciar.

Parece chover no molhado, mas Almah foi mesmo a melhor coisa que poderia ter acontecido a Edu Falaschi. A cada disco que vão lançando, descobrimos novas capacidades vocais de Edu, e mais importante que tudo uma habilidade admirável para escrever boas canções, que vão muito além das excelentes melodias saídas da cabeça do vocalista.

Quer com isto dizer que "Unfold" acaba por ser também um corte definitivo com o chamado power metal, dos primeiros dois discos. Claro está que sobram ainda muitos resquícios desse género, mas como etiqueta taxativa para aquilo que ouvimos neste álbum, acaba por ser demasiado redutor. No fundo, "Unfold" acaba por ser quase como que uma viagem pelos diferentes modos do brasileiro. A começar pela boa energia do antémico e viciante "Wings of Revolution", passando pelo sangue na guelra de "In My Sleep" ou "Believer", até ao peso de "Cannibals in Suits", que quase que evoca o thrash dos Sepulura. "You Gotta Stand" por outro lado, soa quase como que a uma mistura entre Alice in Chains e Faith no More, e a fechar o disco "Farwell" mostra-nos o lado mais delicado dos Almah, numa belíssima composição baseada essencialmente em piano.

"Unfold" marca também a saída de Felipe Andreoli e a entrada do novo baixista Raphael Dafras. Em suma, um dos bons discos de heavy metal do ano transacto, que infelizmente não teve um reconhecimento ao nível da sua qualidade, é pena.

Nota: 8.8/10

Review por António Salazar Antunes