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Crystal Tears - "Hellmade" Review


Quem não conhecesse os gregos Crystal Tears poderia pensar que se tratava de uma banda alemã, tal não é imediata a sensação de identificação do estilo de power metal praticado com aquele que é tradicionalmente feito por terras teutónicas.  Embora os Crystal Tears não sejam propriamente novatos, o facto de lançarem álbuns de quatro em quatro anos tem como resultado só chegarem ao terceiro álbum com este "Hellmade", facto facilmente explicável por factor de instabilidade: estreia de um novo vocalista na pessoa de Soren Adamsen, ex-vocalista dos Artillery, que substitui o carismático Ian Parry; novos guitarristas, Kostas Sotos e Mate Nagy que substituem Dimitris Goutziamanis. No entanto, valeu a pena esperar já que a banda soa mais forte e coesa que nunca.

O timbre de Adamsen faz lembrar, por momentos, Henning Basse, ex-vocalista dos Metalium, o que provoca que exista, de forma talvez injusta, um certo feeling de déjà vú. De qualquer forma, é impossível ficar indiferente aos constantes ataques da guitarra solo e à potência rítmica em que certas malhas submetem o ouvinte - as entradas de "The Skies Are Bleeding" e "Resurrection Suicide" são impressionantes. Por outro temos melodias marcantes que ficam gravadas como o refrão da "Out Of The Shadows". A questão é que a banda nunca se consegue libertar de um estigma de familiaridade que não a ajuda em nada. Aquele que sugere que este álbum já foi lançado dez anos atrás e ouvido constantemente desde aí.

Se não se for muito exigente nesse ponto, conseguirá apreciar-se este álbum verdadeiramente por aquilo que é, um trabalho acima da média de power metal bruto que aposta forte na melodia como na potência, facto que é facilmente comprovado pela última faixa, a cover dos Midnight Oil, "Beds Are Burning" (daquelas músicas que é sempre um bom exemplo para o termo "one hit wonders"), que consegue acompanhar um refrão bem melódico por um feeling bem metal, sem desvirtuar a sua essência original. Um bom álbum que talvez consiga fazer a banda estabilizar o suficiente para que o próximo álbum colmate as falhas deste.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira