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Numph - "Theories Of Light" Review


Hoje em dia é preciso ter algum espírito aberto para encarar novas bandas. Não que o estado da música esteja assim tão deplorável. Antes pelo contrário, em termos criativos, nunca esteve tão bom - pelo menos no espectro da música rock e mais pesada. É preciso ter espírito aberto para dar as boas vindas a novos valores que surgem porque dá ideia que hoje em dia é cada vez mais difícil as novas bandas afirmarem-se a não ser que as mesmas sejam impingidas ao público através dos mass média, e normalmente há razões para essa resistência. Depois temos bandas como os italianos Numph, que são pequenas gemas preciosas que o mundo desconhece.

Movendo-se nos terrenos do rock progressivo com algum metal à mistura - o tema título, o primeiro do trabalho, apresenta algumas semelhanças com os Tool e chega a ter voz gutural lá mais para o meio dos seus sete minutos - e que apresenta uma sensibilidade melódica bem acima da média. Se pegarmos em "Dust Of Souls", é impossível não levantarmos voo em direcção a novos mundos, tal não é a atmosfera e ambiência provocada. É dentro deste espírito que "Theories Of Light" emana para o ouvinte. Uma leveza tal que faz com que estes cinquenta e um minutos fluam como se fossem quinze. No entanto, essa leveza não impede que seja usada a distorção na guitarra e que o baixo e bateria não sejam pulsantes e marcantes no ritmo.

Sem dúvida que é uma estreia de uma banda com um enorme talento e que merece chegar a todo o lado - ser impinginda - porque música desta passar despercebida é um crime atroz. Há aqui um mundo de emoções em forma de notas de música que faz com que este álbum seja viciante e se queira ouvir vezes sem fim. Algo que talvez seja impossível de explicar, algo que apenas se consegue sentir. A forma como os momentos mais pesados como "Deep Impact" interagem na perfeição com aqueles mais melódicos, como "An Angel" é apenas um dos muitos pontos fortes desta estreia, apenas uma das razões entre muitas para mergulhar de cabeça neste álbum que se assume como a estreia do ano no campo da música progressiva. Obrigatório.


Nota: 8.9/10

Review por Fernando Ferreira