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The Exploited - "Beat The Bastards" Review


Este sim, devia-se ter chamado "Fuck The System". "Beat The Bastards" é um grito de revolta em jeito de porrada sonora punk/hardcore do início ao fim. Lançado originalmente em 1996 e reeditado agora pela Nuclear Blast a propósito da recente contratação do grupo escocês para o seu catálogo e do tão aguardado novo álbum de originais, previsto sair no final do presente ano, este trabalho  é sem dúvida um dos mais fortes da carreira da banda.

O espírito punk está aqui bem presente, apesar de uma metalização (o efeito crossover) que se pode constatar nestes treze temas. Não basta deitar abaixo, não basta ter ritmos fortes e violentos, com solos a querer furar os ouvidos dos ouvintes, isso é algo que se tem constantemente no espectro da música pesada/extrema. Para sobressair no meio das centenas propostas mensais tem que haver algo mais, algo com mais substância e essa substância sem dúvida que se encontra aqui. Na altura a cena era muito diferente, mas já havia uma certa plastificação do punk (o chamado punkeka de bandas como The Offspring e Green Day que estavam em plena ascensão, na ressaca do grunge). O álbum marcou uma posição em 96 e conseguirá sobressair agora para todos aqueles (toda uma nova geração) que o desconhecem.

Apesar da idade deste álbum, o que é certo é que a sua mensagem continua bastante actual, infelizmente. O mundo não melhorou muito no que diz respeito aos temas aqui abordados. Do tema título temos o que pode ser o espírito vingente a todos os que estão sufocados pela opressão económica do estado, enquanto "Law For The Rich" ainda é o retrato das desigualdades que existem na resolução de crimes de grande buracos (roubos) de instituições e que na maioria das vezes ou prescreve ou lá se arranja um bode expiatório/testa de ferro para ser sacrificado em holocausto quando todos os outros escapam. E como estes exemplos temos muitos outros, da importância de "Beat The Bastards" no contexto punk/harcore/metal. Quando a mistura dos três, principalmente dos últimos dois, hoje em dia, é a desgraça que é, esta reedição surge como um lufada de ar fresco.

 
Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira