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Brimstone Coven - "Brimstone Coven" Review


RETROOOOOOOOOOOOOOOOO!

Só para não confundir ninguém, embora, para ser sincero, a capa não deixa margem para erros. Misticismo, letras que transparecem a adoração pela estética psicadélica própria dos anos sessenta e setenta e a própria designação da banda. Quando “Cosmic Communion” começa a soar, se ainda ficaram dúvidas, as mesmas são imediatamente desfeitas. Este tipo de proposta tem tido bastante “saída” (para reforçar o lado comercial da coisa) e se haverá muita probabilidade do entusiasmo generalizado ser daquele que ficou espelhado atrás, também poderá haver sair algo do género, dito sem energia e sem paciência:

“Mais outra coisa retro…?”

E as duas podem muito bem acontecer e são facilmente justificáveis, mesmo após a audição - ou seja, partindo do príncipio de que o preconceito é vencido e o álbum é ouvido do início ao fim. O entusiasmo por aqueles que consomem tudo o que é retro é compreensível já que este lançamento (que junta o segundo álbum e o EP remasterizados e com novo artwork) vai buscar os inevitáveis Sabbath com Pentagram e juntando ainda um certo psicadelismo de uns Pink Floyd em inícios de carreira, se estes tivessem ido numa direcção de som mais pesado. Hard rock da década de setenta misturado com um forte travo doom,como faixas como "Blood On The Wall" e "The Grave" tão bem ilustram.

O enfado daqueles que estão fartos de coisas retro que acabam por retirar o sabor a todas as propostas de valor também não é descabido já que apesar de esta reedição ter qualidade, não é memorável. Não há aqui malhões que nos fiquem gravados, quer no álbum, quer nas faixas bónus que representam o EP. E os dois juntos fazem com que esta proposta seja grande demais para o seu próprio bem. Boa para curar insónias, mas má para animar. Provavelmente será algo muito duro de se dizer mas a verdade é que se este álbum fosse lançado na década que tenta capturar, não sobreviveria à memória naquela se lhe seguiu. A não ser que algum saudosista pegasse na mesma. Provavelmente os mesmos que vão pegar agora. O tipo de lançamento que pode levar o estilo a ficar saturado.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira