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Trioscapes - "Digital Dream Sequence" Review



O QUE RAIO É ISTO?!

Atenção que tal pergunta que demonstra a estupefacção pelos primeiros momentos – não que os momentos seguintes ajudem a eliminar o sentimento, mas bastaram os primeiros momentos para que ele se manifestasse – do tema título que inicia este trabalho não tem qualquer ponta de raiva, fúria ou qualquer coisa que indique insatisfação. É pura e manifesta incredulidade para com o que se pode ouvir, ainda para mais tendo o álbum sido lançado pela Metal Blade. METAL BLADE!!! Ok, vamos a acalmar… Trioscapes é um projecto fundado por Dan Briggs (baixista dos Between The Buried And Me) quando o mesmo contactou  Walter Fancourt (saxofonista e flautista – isto soa melhor em inglês do que em português – e o baterista Matt Lynch para fazerem uma cover do clássico dos Mahavishnu Orchestra, "Celestial Terrestrial Commuters”. Daí até termos o álbum de estreia foi um tirinho. "Separate Realities" foi lançado em 2011 e foi bem acolhido pela imprensa e com vendas favoráveis.

Três anos depois, o trio volta pela mão da Metal Blade e para quem possa estar em dúvida do que raio estamos aqui a falar… Trioscapes toca jazz. Talvez não seja puro, mas definitivamente, duro, jazz. Não será um álbum indicado para os fãs de metal, embora, além dos aficionados de jazz, e apesar de todos os trvismos que imperam pelo nosso som sagrado, seremos nós, amantes de metal, que teremos mente aberta o suficiente para apreciar a viagem que é este “Digital Dream Sequence”. Não há nenhum elemento de metal aqui a não ser o espírito aventureiro que as propostas mais técnicas e avant-garde possuem, mas é o efeito jam que apaixona e cativa. Que diabos, vicia mesmo, não há razão para ser comedido ou acanhado nos adjectivos.

Ao longo destas cinco faixas parece que estamos numa posição de luxo em que estes trio do outro mundo resolveu-se encontrar para fazer uma jam do outro mundo e é mesmo o que se tem aqui. Se é extremamente difícil destacar uma faixa das cinco, impossível é não mencionar o épico de quinze minutos, “The Jungle”. Uma enorme surpresa que ajudará a muitas horas de viagens contínuas, com o combustível fornecido por baixo saltitante e irrequieto, um saxofone essencial, bateria também ela fantástica e pormenores electrónicos de extremo bom gosto. Para mentes abertas.


Nota:
8/10


Review por Fernando Ferreira