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Exordium Mors - "The Apotheosis Of Death" Review


Como falámos a propósito da reedição do EP "Sacrifice, Perish And Demise", os Exordium Mors são uma força a ter em conta no black metal e nem são as origens Neo-zelandesas que impedem esse facto. A pujança com que "Apotheosis Of Death: I. Axiom" explode nas colunas é impressionante, um bom gosto extremo principalmente no que diz respeito à guitarra solo, chegando a impressionar pela qualidade dos solos que debita. Outro factor que é impossível de ignorar é a qualidade sonora. A produção é das coisas mais poderosas que já ouvi ultimamente, orgânica e cristalina ao mesmo tempo, onde tudo soa bem potente.

Não adianta nada ter uma produção poderosa se não houver composições que a puxem até ao máximo e é isso mesmo que temos aqui. A costela death metal está mais presente,  do que anteriormente, mas não se pode dizer que a identidade dos Exordium Mors tivesse mudado radicalmente. Nem tal passa pela cabeça porque a primeira reacção é mesmo tentar fechar a boca pelo poder que é aqui evidenciado. E caso existissem dúvidas desse poder até à quinta faixa, "Apotheosis of Death: V. The Purging Storm of Chaos Unfurls..." elimina-as por completo, com um malhão instrumental de qualidade inacreditável. Uma banda de black/death/thrash/óreva a fazer uma música instrumental, cheia de riffs e solos de guitarra (e até uma espécie de solo de baixo)? Parece coisa improvável de acontecer. Felizmente não é assim.

Poderá falhar no aspecto da dinâmica, já que o álbum todo, que dura quase uma hora, é basicamente full throttle, sem perdão, sempre com o pé a carregar no acelerador como se não houvesse amanhã, tirando alguns momentos do épico de oito minutos "Blade Of Brutus", que tem um groove desgraçado. A maneira como acaba compensa este facto, já que a "Outro", é também uma faixa instrumental, potente que vai desaguar numa melodia de piano que tem tanto de bela como de macabra. Resumindo: músicas de qualidade invejável, uma produção poderosa, capaz de desabar prédios e embora tenha alguma falta de dinâmica, o álbum é fortíssimo, com as seis músicas a surgirem em sequência e as últimas quatro a serem igualmente poderosas. AH! Sem esquecer a capa de sonho que apetece que este álbum seja editado em vinil só para poder ter a capa no tamanho que merece. Um dos álbuns do ano no que diz respeito ao black/death/thrash, definitivamente! Considerando que é uma edição limitada a quinhentas edições, é obrigatório!


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira