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Krakow - "Amaran" Review


Ao consultar os Kraków no Metal Archives, essa ferramenta muito útil para o metaleiro curioso, a banda norueguesa vem classificada como sendo stoner metal. Se a categoria é estranha, mais será quando associada aos Kraków, quando o seu som pende mais (muito mais) para o shoegaze ou pós-qualquer-coisa do que propriamente para sonoridades derivadas do deserto, alimentadas a doom. Não quer dizer que aqui e ali, o género não sejam evocados. É sobretudo na sua vertente ambiental – um ambiente melancólico e meio desolado – que temos o cheirinho a doom, porque musicalmente, a palete de cores é bem mais extensa.

Na verdade, a vertente musical parece que fica um pouco para trás em relação ao ambiente e sentimento que se quer transmitir. Se era essa a sua intenção, a mesma foi totalmente atingida. Se pegarmos em “Luminauts”, a faixa que abre o álbum, esta intensidade e este ambiente é bem palpável. “Atom”, o segundo tema, por sua vez mostra-nos algo próximo de um psicadelismo próprio da década de setenta, fazendo com que a banda soe vintage, sem soar propriamente retro – parece que é a mesma coisa mas não é exactamente a mesma coisa.

Nem sempre a fórmula resulta – “Genesis” torna-se algo irritante como se fosse algo saído das mentes dos Deathspell Omega, caso estes decidissem tornar-se apenas um pouco mais alternativos – mas no geral este é um trabalho a descobrir a cada audição, sempre com novas coisas a mostrar. Dependerá do estado de espírito do ouvinte e da sua abertura para sonoridades pouco usais e… excêntrico. Para os fãs da banda, poderão já esperar algo do género – mesmo assim provavelmente ficarão surpreendidos. O terceiro álbum, aquele que normalmente define o percurso da banda, aqui poderá querer dizer que… o percurso da banda será definido a cada lançamento que forem fazendo. Esse é o máximo de prognósticos em que alguém sensato se atreverá a fazer. Por enquanto, esse caminho é muito interessante.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira