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Hybrid Sheep - "Free From The Clutches Of Gods" Review


Quando passamos algum tempo sem fazer a análise de alguma proposta de core qualquer coisa até se pensa que a moda está definitivamente morta e enterrada. Depois surgem-nos bandas como os "Hybrid Sheep" e álbuns como este "Free From The Clutches Of Gods" para nos lembrar que a coisa ainda mexe. E é naquelas alturas em que o preconceito não falha. Na realidade, ele consegue cheirar as coisas a quilómetros de distância. Neste caso, bastou o nome. Ovelha híbrida é um nome parvo o suficiente para servir para designar uma banda de death/metalcore e é exactamente o que acontece aqui, mas temos que ser sinceros. Dentro do flagelo auditivo que é toda esta moda, este quinteto francês até nem se saem nada mal.

"An Illness Called Callousness" ("uma doença chamada calos", a sério? É esse o nome que querem dar a uma música?) não esconde em nada os tiques do modernismo irritante que já nos sufocou até à exaustão, mas aqui até fluem e nos desviam da atenção da música em si - ou seja, fazem sentido na música e não são apenas um dos elementos da lista de como fazer um álbum que a miudagem vai gostar. E esse até um dos pontos positivos da banda, as músicas são coesas e fazem todo o sentido - mesmo que por vezes se tenha algum exagero de breakdowns, como na "From Stupid To Putrid" (outro grande título). Para cada escorregadela, temos coisas como as "Dead Rats Don't Squeak" e "Maze Of Streets", que são desbunda do início ao fim.

Este é o álbum de estreia da banda, depois de dois EP, um lançado em 2009 e outro em 2012 e como tal tem que ser visto como tal. Primeiro álbum de uma banda jovem que ainda procura o seu caminho e que precisa de se libertar das influências nefastas que são apenas modas e que daqui a pouco tempo deixam de fazer sentido - se é que fazem algum sentido agora. Porque de resto, este trabalho até é apreciável para todos os que gostam de death metal moderno e não têm uma alergia aguda a breakdowns. Como não temos a alternância entre voz melódica e gutural (temos entre voz gutural e arranhada), até consegue passar bem sem irritar os mais sensíveis ou fãs de coisas com mais substância. Agradável o suficiente para que evoluam o bastante para nos brindarem com títulos melhores, já que em relação ao nome já não podem fazer nada...


Nota: 6.9/10

Review por Fernando Ferreira