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< Code > - "Mut" Review


Os <Code> sempre foram conhecidos pelo seu arrojo e audácia sonoros. Começando a sua carreira com um som que misturava elementos progressivos ao black metal, a banda depressa se foi transformando, largando cada vez mais os elementos extremos do seu som, mas mesmo assim, a metamorfose visível aqui será provavelmente maior do que aquilo que os seus fãs poderão suportar, pelo menos aqueles que ficaram interessados na banda britânica pela mistura entre o peso e a melodia – talvez um pouco semelhante ao que aconteceu com os Opeth, num curto espaço de tempo. É um estado de espírito que é difícil de suplantar, confesso. Não que isso esteja relacionado com a qualidade deste trabalho.

Conforme “On Blinding Larks” se faz ouvir, ficamos com a certeza de que este trabalho vai provocar alguma controvérsia. Sendo, segundo a banda, o som que é mais puro e próximo das suas ambições como músicos, indo mais além daquilo que os limites da música que fizeram no passado e da própria identidade da banda. É certo que a sonoridade progressiva sempre fez parte do seu som, mesmo nos momentos mais extremos mas aqui, numa faixa como “Dialogue” é fácil confundi-los com algo que os Genesis da fase Peter Gabriel tenham feito nos seus melhores dias. Aparte o choque, “Mut” flui muito bem, de forma a que no final da primeira audição se fica tentado a repetir.

A contrapartida negativa, é que dificilmente fica alguma coisa presente no final de cada audição. É correcto que certos momentos da já citada “Dialogue”, da “Contours” assim como o início da “Inland Sea” com aquela melodia viciante são marcantes o suficiente para que fiquem gravadas na memória, mas no final, fica sempre a saber o pouco, já que falta punch a “Mut”. Fazendo um trocadilho maldoso este “Mut” quase que é “Mute”, já que apesar da beleza inequívoca das suas composições, acabam por não ter um impacto aquém daquele que os trabalhos anteriores tiveram. Os próximos trabalhos e o tempo ditarão se este será um trabalho ao lado ou mesmo em cheio. Por agora fica o cepticismo.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira