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Projekt NÖIR - "Ský" Review


Mário Rodrigues (não, não é o editor da Metal Imperium , mas sim puras coincidências do mundo não fictício), já não é nenhum iniciante nestas andanças da música pesada e apresenta-se como um homem multi-facetado com os projectos em que esteve envolvido durante os últimos anos.  KarbonSoul desenrolava um Death Metal à boa maneira Sueca com uma voz feminina bem doce, enquanto Entropia, sendo também uma banda de Death Metal, tinha uma fórmula mais tradicional. Agora chega-nos este novo Projekt NÖIR com mais um cheirinho nórdico completamente distincto e desta vez presencial, já que o vocalista Jóhann Örn (vocalista dos Dynfari) vem importado da Islândia e canta na sua língua materna, deixando uma marca diferente do que se costuma fazer em terras lusas.

Logo nos primeiros momentos de “Ský”, somos transportados para a desolação dos fiordes Islandeses com a fria guitarra a pairar sobre a paisagem numa melodia que parece distante, enquanto Johann, à moda de uma Diamanda Galás, narra de forma rasgada as líricas dessas terras distantes, como se estivesse a ler as runas encrustadas no gelo ancestral. E “Ský” é simplesmente isto! Nos quatro temas que nos apresentam, de uma forma simples sempre com um riff de guitarra a montar a atmosfera do conto de Johann, com a marcha à bela maneira Viking a dar ritmo à história que se desenrola. Pena é os contos serem demasiado curtos e pouco explorados. O ambiente e a envolvência que os temas procuram acabam por ser vitimas da sua duração controlada (todos os temas têm por volta de 4 minutos e meio de duração), sem os intervenientes darem conta da real profundidade e impacto que estes poderiam ter se fossem mais trabalhados, em vez de se raspar apenas na superfície do Iceberg. Acaba apenas por ser frustrante a viagem aos fiordes ficar a meio caminho. O único tema que realmente se sente completo é “Sjálfsmynd dauðleikans” que acaba por ser a pérola deste trabalho e deixo o aviso, fica na cabeça durante bastante tempo. 

Este é o grande problema de “Ský”, a par da produção bastante imperfeita, que apenas demonstra que os temas feitos por estes senhores só precisam de mais tempo a marinar antes de servir, originalidade e tempero tem, mas sabe a uma entrada mal cozida só porque se tem fome de fazer algo. Fica-se à espera do prato principal que será muito bem-vindo.

Nota: 7/10

Review por Bruno Farinha