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Steak Number Eight - "The Hutch" Review


Os belgas Steak Number Eight chegam ao terceiro álbum de originais com “The Hutch” e sendo o terceiro trabalho da discografia visto como aquele que representa o “ou vai ou racha”, pode-se dizer que aqui os Steak Number Eight arriscam-se para ir para sítios que nunca tinham ido antes. “All Is Chaos” já demonstrava bem o brilhantismo da banda, mas a sua fórmula (ou será que identidade é mais correcto) foi refinada até atingir novos níveis de excelência. A sua mistura da rispidez do hardcore com a sensibilidade e melodia do pós-rock está no seu melhor, como nunca esteve. “Cryogenius”, a malha de abertura, deixa logo isso bem claro, com um sentido de melodia que se torna viciante à primeira audição.

O sentido aprofundado de melodia é algo que se torna evidente em maior parte das músicas aqui e que faz com que este álbum seja dos mais fortes e dinâmicos de toda a carreira da banda belga. E essas dinâmicas têm mesmo que existir, de outra forma, um trabalho com mais de setenta minutos e que mais de metade das suas músicas têm duração superior a seis minutos. É efectivamente nesses temas mais longos onde a banda brilha, tais como “Photonic” e “Tearwalker”, mas os mesmos não são oásis em “The Hutch”. O álbum mostra os belgas aperfeiçoados, levando as suas capacidades ao limite, dando espaço para que as secções instrumentais brilhem – e como elas brilham… - assim como as secções onde as vozes tomam conta da ocorrência.

Este é um trabalho que parece ser enorme numa primeira abordagem, como um carvalho centenário, onde quatro pessoas de mãos dadas não conseguem abraçar na totalidade o seu tronco. Assim é com “The Hutch”, que parece ser enorme, é realmente enorme, mas isso não impede que se consiga apreciar a obra como um todo, nem que após consecutivas apreciações, se descubram vários pormenores que numa primeira abordagem não fossem perceptíveis. É um trabalho grandioso e sem dúvida nenhuma, um dos grandes lançamentos deste ano.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira