About Me

Shining - "IX - Everyone, Everything, Everywhere, Ends" Review


Os Shining são uma das bandas que se adora detestar mas que mesmo assim muitos amam. Talvez seja forte responsável a personalidade controversa e algo arrogante de Niklas Kvarforth, o homem por trás da banda, o seu principal mentor. Nos últimos trabalhos o consenso não tem sido alargado e para muitos, não existiam grandes expectativas para este nono trabalho. E é capaz de se essa ausência que faz com que este álbum acabe por soar muito bem. Com uma surpreendente faixa instrumental a servir de intro – surpreendente pelos pormenores quase neo-clássicos de guitarra e com um forte feeling de power metal sinfónico – o ouvinte é transportado até aos primeiros trabalhos da banda com “Vilja & Dröm”, o que agradará aos fãs mais antigos.

No entanto, apenas por esta música, será precipitado dizer que a banda deu um passo atrás, até porque a estrutura dos últimos trabalhos mantem-se a mesma basicamente. Uma música instrumental, uma música acústica. Apesar da piscadela ao black metal depressivo na já citada faixa “Vilja & Dröm”, também temos a piscadela a terrenos mais progressivos e melódicos como na “Framtidsutsikter” e uma passagem da “Människotankens Vägglösa Rum” que chegam a lembrar Opeth (e que grande solos de guitarras nos trazem). Tudo soa bem, tudo está poderoso, tanto a nível de entrega vocal por parte de Kvarforth, como do restante trabalho instrumental, mas no final, fica uma certa sensação de vazio.

A banda ou Kvarforth não apresenta nada de realmente novo, e embora seja um bom álbum da banda, fica-se com a sensação de que é demasiado curto para a aura de excelência que rodeia a banda (ou já rodeou pelo menos). É como um baralhar e voltar a dar, juntando novos elementos a mais antigos e apresentando um novo produto que é válido todavia mas que poderá não impressionar os mais exigentes. Para os fãs, não existem grandes razões de queixa, já que a banda não se desvirtua, pelo menos não mais do que os últimos trabalhos. Emotivo, pesado, visceral q.b. e curto. Demasiado curto. Talvez sirva para baixar as expectativas para o próximo trabalho.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira