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To/Die/For - "Cult" Review



Os To/Die/For sempre tiveram aquele estigma de serem considerados esperanças da segunda divisão, com promessas de subir à primeira, sem nunca efectivar esse mesma ascensão. Com uma carreira com mais de quinze anos, a banda finlandesa nunca gozou da mesma sorte dos seus conterrâneos Sentenced e Him, mas benefeciaram do seu sucesso - diga-se de passagem que também tinham valor para serem mais reconhecidos do que aquilo que realmente foram. Quatro anos após o último trabalho, eis que voltam para sétimo álbum, quando o metal gótico já não tem o apelo comercial de outros tempos. É exactamente nestes momentos em que se separam os rapazes dos meninos.

A primeira coisa a assinalar é a mudança na voz de Jarno Perätalo, bastante próxima do registo de Ville Laihiala, dos Sentenced, mais arranhada e mais bruta. Até nos momentos mais calmos, como a "Screaming Birds" a coisa está bastante similar. No entanto, a sua identidade não surje desvirtuada. Pelo contrário, até se torna mais interessante, com um acréscimo de adrenalina que só faz bem, mesmo que se admita que em termos qualitativos esteja uns furos abaixo. A já citada "Screaming Birds" é um excelente exemplo disso mesmo, uma grande malha.

O álbum flui bem - a duração também não chega aos trinta e sete minutos - onde quase tudo corre bem, até mesmo uma cover de Paula Abdul (?!), que não é tão má como parece na teoria. Quer dizer, pelo menos é melhor que o original. "Cult" é um bom regresso desta banda que já se pode considerar veterana mas talvez ainda não seja suficiente para que subam de divisão. "Unknown III" é um bom exemplo das escorregadelas que a banda ainda tem de vez em quando e do porquê de não ter tido mais sucesso do que aquele que teve até agora. Um bom regresso para os fãs da banda e do género, mas não deverá passar mais além disso.


Nota: 6.8/10

Review por Fernando Ferreira