About Me

Graveyard - "Innocence & Decadence" Review


Já falámos muitas vezes, demasiadas talvez, sobre esta moda do retro e, invarialmente, nunca nos referimos a ela como sendo algo positivo. No entanto, aquilo que é importante não esquecer é que as modas surgem sempre graças a algo fenomenal. Não podemos dizer que os Graveyard deram início ao quer que seja, mas definitivamente foram uma das bandas que estiveram nos primórdios de toda esta coisa retro. Para quem gosta do bom hard rock infusido de blues, próprio da década de setenta, não há mais nada a dizer em relação a eles porque de certeza que serão enormes fãs. A qualidade a que já nos habituaram ajuda a isso.

Para quem está a chegar agora a eles, "Innocence & Decadence" é um óptimo sítio para se começar. Basta ouvirem as primeiras quatro músicas. Em menos de dez minutos temos quatro malhões que nos relembra o som orgânico e quente que a década de setenta nos marcou. Uma música como "The Apple And The Tree" é suave e catchy como tudo, das tais que poderíamos jurar que se tratava de uma cover qualquer de uma banda esquecida no tempo. "Exit 97" vai pelo mesmo caminho, bem pacata e com um feeling nostálgico e déjà vú semelhante ao que se pôde experimentar na música anterior. Depois também temos um malhão mais frenético como a "Never Theirs To Sell" para o proto metal que bandas como Budgie nos brindaram nos primórdios da sua carreira.

Além dos Budgie, uma infindável lista de bandas de classe indiscutível se apresentam e surgem na mente quando se ouve este trabalho: Thin Lizzy, Lynyrd Skynyrd, Moody Blues, Led Zeppelin... enfim só coisas boas. Claro que os menos impressionados poderão afirmar de que este é um trabalho vive à custa do trabalho dos outros, que é pouco original e que é sobrestimado apenas por estar dentro da moda do momento, o que poderão ser declarações ainda que demasiado duras, não deixam de ter uma ponta verdade. Independentemente do seu sucesso, é difícil ver esta banda a fazer outra coisa que não isto, assim como as músicas sentem-se como verdadeiras, vindas da alma e imortais, tal como os clássicos. Pode não ser o melhor trabalho da banda até hoje, que não é, mas que continua a ser um excelente conjunto de música, disso não restam qualquer dúvidas.


Nota: 8.6/10

Review por Fernando Ferreira