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Zombi - "Shape Shift" Review


É impossível não pensar nos Goblin ao ouvir os Zombi. Até mesmo o nome remete para o imaginário da banda italiana, responsável pelas bandas sonoras de filmes como "Dawn Of The Dead", "Suspiria", "Phenomena" entre muitos outros. Uma assumida influência dos Zombi, esta banda tornou-se culto desde que se iniciou nos primórdios do novo milénio. Composto por dois membros apenas, Steve Moore no baixo e sintetizadores e Anthony Paterra na bateria, os Zombie regressam com aquele que é oficialmente o seu primeiro álbum de originais, depois de uma série de EPs lançados nos últimos treze anos.

"Shape Shift" não vai interessar apenas aos fãs dos filmes de horrar italianos e underground. Os aficionados do rock psicadélico e até progressivo não lhe vão ficar indiferente, principalmente pela interacçao entre o baixo e a bateria. Em certas faixas, dão completo espectáculo - "Total Breakthrough", "Mission Creep", "Toroidal Vortices" e "Diffraction Zone" são bons exemplos do virtuosismo viciante que por aqui anda. E claro, apesar das músicas se sustentarem sem suporte visual, cada uma delas remonta exactamente àqueles filmes manhosos de série B.

Esta proposta acaba por soar mais interessante até que os próprios Goblin, conseguindo evocar melhor que os próprios o espírito cinematografico vintage da década de setenta e oitenta. Se normalmente os apreciadores de metal poderiam não achar muita piada a este tipo de proposta, aqueles que não dispensam um pouco de rock progressivo ou até psicadélico nas suas vidas, não conseguiram ouvir este trabalho e não repetir umas quantas vezes, principalmente do final épico com "Siberia II". São quase quinze minutos que equivalem a um final de filme cheio de tensão e suspense. Isto tudo com a mesma melodia a tocar vezes sem conta.


Nota: 8/10

 

Review por Fernando Ferreira