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Sadist - "Hyaena" Review


Se há um nome clássico do death metal progressivo italiano, esse nome é obrigatoriamente Sadist. Com o início de carreira a remontar aos primórdios da década de noventa, a banda nunca conseguiu romper completamente do underground, graças também a alguma irregularidade discográfica (quer em termos de regularidade quer em termos de, sobretudo qualidade), embora os seus primeiros trabalhos ainda continuem a ser vistos como importantes obras dentro daquilo que se entrende como death metal progressivo. Nesse aspecto, este "Hyaena" é uma espécie de voltar à forma. Espécie.

Nem tudo é efectivo em "Hyaena", embora exista aqui aquele piscar de olhos ao espírito dos primeiros álbuns, no entanto, se no início da carreira da banda italiana, havia um bravo novo mundo a descobrir, aqui, este piscar de olhos, assume-se como tudo menos inocente. Ou seja, banda faz algo bom, tenta progredir abandonando parte daquilo que os caracteriza em detrimento de alguma moda passageira, faz um ou mais álbuns onde criativamente as coisas não correm bem e depois tenta arrepiar caminho voltando ao início de tudo. Nada de errado que isso, já o vimos antes muitas vezes e mais vale tarde que nunca.

Apesar de serem válidos, os álbuns de regresso colocam sempre uma questão: têm de ser de arromba. Caso não o sejam, fica-se sempre com a ideia de que a banda está a tentar recuperar alguma glória perdida. E é esse sentimento que fica por vezes. Claro que para quem tem saudades de Death, Cynic (do primeiro álbum) e até Atheist, pode encontrar aqui muitas razões para paixão à primeira vista e não será desajustado mas para quem espera mais do que isso, talvez saiba a pouco. O conceito sobre o animal que dá nome ao álbum é surpreendentemente rico, pelo menos o suficiente, para que este trabalho se aguente durante quarenta e seis minutos com riffs intrincados, o belo do baixo fretless, teclados que estão muito presentes tanto na composição e estrutura das músicas, como na mistura, e uma voz que faz lembrar Chuck Schuldiner no seu melhor.

Para quem gosta de death metal progressivo e técnico tem aqui entretem para umas boas temporadas, definitivamente, embora pareça ser um passo mais pensado do que propriamente sentido. O resultado é mais que positivo, todavia.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira