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Weeping Silence - "Opus IV - Oblivion" Review


Tal como o próprio nome indica, este “Opus IV – Oblivion” é o quarto álbum da banda de doom gótico Weeping Silence. Para quem está admirado por não os conhecer, talvez faça sentido o facto de serem de Malta. Cada vez mais, a boa música, chega-nos dos lugares mais inesperados e o facto dos Weeping Silence chegarem já ao quarto álbum é um excelente indicador disso mesmo. Andando no mundo do doom gótico e sinfónico, “Opus IV – Oblivion” não faz muito para se distanciar de caminhos anteriormente por bandas como After Forever e Epica, embora, verdade seja dita, a costela doom faz toda a diferença aqui, pelo menos o suficiente para que soe fresco. E chamemos-lhe costela porque não é o suficiente para que este seja considerado um trabalho de doom metal.

Categorias e rótulos aparte, o que há a salientar aqui é a qualidade geral deste trabalho que consegue recuperar algum do encanto perdido algures na década de noventa – época em que o estilo estava a desbravar caminhos, dos primeiros trabalhos de bandas como Theatre Of Tragedy, Within Temptation e After Forever. Nomes como os atrás indicados são incontornáveis quando se fala de um certo espírito doom gothic a puxar ao sinfónico com belas vozes femininas, mas não propriamente obrigatórios para que se consiga situar os Weeping Silence. Apesar dos lugares comuns que emprega a sua grande força está mesmo nas músicas em si.

Assim sendo, temas como “Eyes Of The Monolith” e “Stormbringer” conseguem deixar qualquer fã do género apanhadinho sem que para isso recorram à cópia descarada. O equilíbrio entre as duas vozes – o eterno jogo de bela e monstro – também só joga a favor dos temas já que faz com que exista um incremento da dinâmica. Tendo em conta de que se trata de um álbum com quase uma hora, a dinâmica é muito bem vinda porque de outra forma poderia ter-se aqui um trabalho algo maçudo. Não quer isto dizer que seja de fácil assimilação. Apesar da presença de algumas musicas com algum potencial comercial, como a melancólica balada movida a piano “Bury My Fairytale”, o peso e a densidade  inerentes ao estilo está bem presente. Para quem tinha saudades de um bom trabalho de doom/gothic metal sinfónico, tem aqui uma boa oportunidade de matar saudades.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira