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Austaras - "Prisoner Of Sunlight" Review


Não me vou repetir. Não vou! Não vou dizer que estes tempos são fantásticos, em que apesar da crise que vivemos (não só monetária mas como também de valores) em que temos uma geração (na sua generalidade) a ouvir música de caca, preocupadas mais com a imagem e com o parecer ser do que propriamente com o ser, também temos bandas a fazer pela vida, longe dos tempos em que as editoras eram quem decidiam quem vivia e quem morria no mundo da música. Tempos em que na ausência de apoios, bandas como os norte-americanos Austaras ficava lamentavelmente não.

"Prisoner Of Sunlight" é o álbum de estreia dos Austara e foi lançado, como já devem ter percebido, em edição de autor. E é um álbum completo para os apreciadores de metal de horizontes bem escancarados. Instrumentalmente é poderoso - embora se confesse que a produção não deixa que seja ainda mais poderoso - principalmente ao nível da bateria, que, para quem aprecia o instrumento, é um luxo. Ouvir estas pistas de bateria isoladas deve ser uma experiência quase tão boa como o seu som completo, não desfazendo a qualidade dos restantes instrumentos, até porque a nível de guitarras, essa qualidade é igualmente acima da média - basta ouvir a última música, a excelente instrumental "Seaworthy" para se ficar com essa certeza.

Apenas um dos pontos que não convence totalmente é a voz, que, sinceramente, não consigo perceber se pertence a Adam Hansen (baterista) ou a John Becker (que toca desde guitarras, violas, violinos até sintetizadores), já que não temos muita informação disponível para conseguir dar a certeza. Soa algo insegura mas mesmo assim é capaz de transmitir a emoção necessária que os temas exigem. Uma mistura entre metal e rock atmosférico e progressivo que certamente deixará impressionados todos os que gostam de elementos. Uma banda que consegue um primeiro álbum fantástico e que deixa a indicação de que poderá evoluir ainda muito mais para além disto. O que nos deixa a certeza de que se os tempos actuais são fantásticos, os futuros ainda vão ser melhores.


Nota: 7.8/10

Review por Fernando Ferreira