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Obsidian Kingdom - "A Year With No Summer" Review


Os Obsidian Kingdom foram uma surpresa brutal. Uma banda que surgiu pela sua própria mão e teve um impacto tão grande que praticamente obrigou a que reparessem neles, chamada de atenção que a Season Of Mist foi inteligente o suficiente para não deixar passar ao lado. Sendo assim, o seu segundo trabalho - depois do primeiro ter sido reeditado pela sua nova editora - era muitíssimo aguardado. E eis que aí está ele. A primeira coisa a que temos que dizer é que "A Year With No Summer" é um álbum completamente diferente da direcção que era expectável que a banda tomasse.

Para quem esperava uma mistura entre o extremo e o melódico, ficará talvez desiludido porque aqui a banda surge bem mais progressiva - essa costela não estava propriamente evidente mas estava lá para os ouvidos mais atentos a detectarem. No entanto, e tal como aconteceu no álbum anterior, a banda não tem propriamente uma forma linear de fazer as coisas, isto é, não se consegue dizer exactamente que encaixa neste ou naquele género, no entanto, e ao contrário de "Mantiis", "A Year With No Summer" é um álbum muito mais focado e não tão disperso. Se assim não fosse, não poderíamos ter um tema como "April 10th" que é basicamente uma peça de ambient metal progressivo. O rótulo parece inventado? Talvez, mas encaixa como uma luva aqui.

A banda espanhola continua a deixar-nos de queixo caído principalmente por continuarem a surpreender. Não sabemos se isso é algo que vai continuar a acontecer no futuro, embora exista algo em temas como "Darkness" e "The Kandinsky Group" que quase que nos garante que sim. Só podemos falar, no entanto, daquilo que temos aqui e o que temos aqui é música progressiva, sem grandes pontos (para não dizer nenhuns) em comum com o extremismo evidenciado no álbum anterior, mas com a mesma capacidade inconformada como que tivesse a certeza de que há mais para além daquilo que temos à frente da vista (ou dos ouvidos). E há, a prova está em "A Year With No Summer", este grande álbum.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira