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Sulphur - "Omens Of Doom" Review


Sete anos é o tempo que separa este "Omens Of Doom", o terceiro álbum dos Sulphur, do segundo, "Thorns In Existence" lançado em 2009. Considerando o tempo que passou, seria natural que o seu nome não tivesse tanto impacto como deveria. Ainda assim, a música deverá valer por ela própria e não pela familiaridade ou pela regularidade de lançamento de álbuns. O que temos é uma mistura de death com black metal que se assume como tipicamente norueguesa, a pender mais para o black metal no final da equação. Fria mas ainda assim melódica o suficiente para que os fãs de coisas mais tradicionais se queiram aproximar - ouvir os solos da "Gathering Storms" caso existam dúvidas.

Essa frieza da sua música, é também graças à produção, que apesar de cristalina e poderosa, também crua e bastante orgânica - lá está, tipicamente norueguesa. E as músicas? Sem dúvida o grande forte deste trabalho. Há por aqui uma espécie de espírito progressivo, uma espécie de viajar, de querer contar histórias, de querer pegar no ouvinte num ponto, atirá-lo para outro e ir buscá-lo para o colocar no mesmo sítio. Quando se tem este tipo de espírito a vontade é voltar muitas vezes para repetir a experiência, como se fossemos miúdos a andar no escorrega, a subir a escadas e a descer e a voltar ao início para mais uma volta. O tipo de entusiasmo com que este disco nos deixa, é típico desse espírito inocente da paixão pela música.

Talvez esta descrição leve ao engano o caro ouvinte. Não, não estamos a falar do novo álbum do Avô Cantigas. É mesmo black metal melódico, com pedal duplo, vozes rasgadas, baixo pulsante, riffs de guitarras intricados e solos de guitarra que, apesar de não serem abundantes, quando surgem roubam a atenção por completo. Intenso, melódico mas acima de tudo, muito inteligente (principalmente na forma como usam os teclados, de forma muito sóbria e brutalmente eficaz), "Omens Of Doom" surpreenderá todos aqueles que ainda não os conheciam. Se sete anos de ausência já não era desculpa, então com uma bomba destas, muito menos. Recomendadíssimo.


Nota: 8.6/10

Review por Fernando Ferreira