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Gluttony / Sordid Flesh - "Split" Review



E deveríamos abrir uma garrafa de champanhe em comemoração: a Vic Records lança algo que não tenha origem na Holanda. Ok, ok, a editora é holandesa, por isso achamos muito bem que aposte no seu produto interno. No entanto, todos nós que não somos holandeses, acabamos por ficar um bocado cansados do mesmo tipo de propostas. Como que a ouvir as nossas preces, a editora edita este split que junta duas bandas suecas e que nos traz, o quê, o quê? Death metal tipicamente sueco, pois claro. De um lado temos os Gluttony (compostos quase por completo pelos membros dos My Own Grave) e do outro os Sordid Flesh (compostos quase por completo pelos membros de Sorcery).

À primeira vista parece ser um split bastante equilibrado. Por um lado temos os Gluttony que lançaram o álbum de estreia em 2014 e que quebram o silêncio editorial com este split enquanto os Sordid Flesh editaram o álbum de estreia em 2013, quebrando também o silêncio editorial apenas agora. E as semelhanças não ficam por aqui já que em termos sonoros, ambas se enquadram perfeitamente naquela sonoridade death metal oriundo de Estocolmo. No entanto, há diferenças entre as duas no que diz respeito à qualidade do trabalho apresentado.

Os Gluttony começam de forma promissora mas depois entram numa espécie de beco sem saída que faz com que aos poucos e poucos se vão afastando - a imagem que nos surge é como se a banda tivesse a tocar em cima de uma jangada que aos poucos vai sendo levada pela maré. Sabemos que estão lá, sabemos que estão a tocar mas o som vai-se afastando cada vez mais, até que nos esquecemos deles. O efeito acaba por passar apenas quando começam a assassinar o clássico dos Rolling Stones, "Paint It Black". Já os Sordid Flesh surgem também com a ganga toda, com uma produção com o volume mais elevado e composições mais primitivas - ali a situar-se no que se fazia no final da década de oitenta.

A diferença entre os dois é que os Sordid Flesh conseguem manter o interesse ao longo de toda a sua parte deste trabalho (até mesmo a cover escolhida - "Ram It Down" original dos Judas Priest - é superior na sua eficácia) e ficam gravados em todos os que gostam de death metal old school e podre. A média final é positiva e este split é recomendado a todos os viciados em death metal old school como mandam as regras de Estocolmo.


Nota: 6.7/10

Review por Fernando Ferreira