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Reportagem: Behemoth, Secrets of the Moon, Mgła @ Paradise Garage, Lisboa - 25/10/2016



Foi com lotação esgotada, alguns dias antes da data, que o Paradise Garage se abriu para receber um cartaz de luxo com três grandes nomes do black/death metal europeu: Mgła, Secrets of the Moon e Behemoth.  

A expectativa era elevada para um cartaz de luxo, em que cada banda, com a sua carreira e reputação consolidada, poderia individualmente ter sido cabeça de cartaz do evento.

Abrindo a noite, entraram em palco os Mgła que conseguiram, bastante cedo, encher a sala com um grupo coeso de seguidores. Tal como abertamente declarado pelos presentes, a banda polaca foi, para muitos, o principal motivo decisivo para comparecerem nesta noite. E, mesmo para quem não os conhecia, os seus 50 minutos de atuação foram o suficiente para tirar qualquer dúvida quanto ao motivo da sua reputação. Com uma sonoridade muito própria dentro do género black metal, os Mgła surpreenderam pela sua excelência técnica e apresentação direta.

A seguir a um muito curto intervalo, entraram em palco os alemães Secrets of The Moon. Com um som bastante mais progressivo do que o restante cartaz, acabaram por se destacar com uma apresentação menos intensa mas mais intimista, essencialmente focada no seu último trabalho “Sun” (2015). 

Chegada a hora de Behemoth, a banda encabeçada pelo carismático Nergal mais uma vez não desiludiu. Dois anos após a mítica passagem pelo festival Vagos Open Air, foi a vez de terem um concerto em nome próprio numa sala fechada. E, tal como na sua passagem pela localidade de Vagos, provaram uma vez mais por que motivo a crítica internacional os aplaude unanimemente como uma das melhores bandas da atualidade.

Ainda embalados pelo lançamento em 2014 de “The Satanist”, focaram a sua setlist neste álbum, abrindo com o hino: “Blow Your Trumpets Gabriel” para um público imediatamente rendido. Envoltos na sua habitual teatralidade mística, fizeram descer sobre a sala um ambiente mais negro mas que, sem nunca cair no exagero, em momento algum suplanta a extraordinária qualidade visionária da banda polaca. Após tocarem na íntegra o seu último álbum, ainda houve tempo, em jeito de encore, para os outros clássicos da banda como “Ov Fire and the Void” e “Conquel All”.

Foi uma atuação irrepreensível, que incendiou todos os presentes como raramente se presencia atualmente. Uma noite verdadeiramente memorável!

Texto por Mariana Crespo
Fotografias por Liliana Quadrado
Agradecimentos: Prime Artists