About Me

Reportagem: Korn, Heaven Shall Burn e Hellyeah @ Campo Pequeno, Lisboa - 15/03/2017


Depois do desolador meio-concerto no Rock In Rio, no ano passado, os Korn regressaram este ano a Portugal com a promessa de fazerem esquecer esse infeliz episódio e, acima de tudo, proporcionarem mais uma excelente atuação, algoque foi plenamente assegurado. A primeira parte do certame musical coube aos Hellyeah e Heaven Shall Burn. 

Para darem início ao motim, os norte-americanos Hellyeah subiram ao palco também com o intento de promoverem o seu mais recente trabalho intitulado "Unden!able". Deste último álbum, lançado no verão passado, pudemos escutar as já virais "Human" ou "Startariot", que deram ânimo à meia arena quase esgotada do Campo Pequeno. Durante trinta minutos de bom metal com bastante groove, este grupo cada vez mais super, liderado pelo baterista Vinnie Paul e o não menos conhecido vocalista Chad Gray, mostrou-se incansável perante uma horda de metaleiros, a qual considerou orgulhosamente como parte de uma grande família mundial. E para princípio da noite, foi caso para dizer: Hell Yeah!

Os Heaven Shall Burn, os únicos provenientes do velho continente, trouxeram-nos sonoridades mais pesadas que ajudaram a incendiar um público já bastante animado, cuja recetividade a temas com um forte cariz social foi enorme, e onde se destacou o simbólico "Voice of the Voiceless". Outros temas pertencentes ao já largo trabalho da banda alemã, como "Land of the Upright Ones", incentivaram tímidos crowdsurfs ou circle-pits, mas confirmaram principalmente que estávamos perante uma banda com muita maturidade em palco, o que é normal, uma vez que os Heaven Shall Burn, inicialmente Consense, já contam, para os mais distraídos, com 20 anos de história bem pesada.

Pairava uma certa nostalgia dos anos 90, quando o pano caiu subitamente sobre o palco, desvendando um enorme logotipo dos Korn e uma estrutura de cubos cromaticamente iluminados, de onde saltaram os membros da banda, o que levou a uma imediata e primeira explosão de euforia por parte dos presentes ao som de "Right Now". Foi assim até final, muito devido à clara perceção da banda relativamente àquilo que o seu público queria ouvir, ou seja, não baseou a sua atuação no seu último trabalho, "The Serenity of Suffering", mas sim num mui bem selecionado best of para regozijo dos seus fãs. Desse derradeiro trabalho, pudemos apenas escutar "Rotting In Vain" e "Insane". De resto, foi possível viajar (de mochila às costas?) por todos os sucessos do conjunto de Bakersfield, como por exemplo "Blind", "Good God" ou "Falling Away From Me", havendo ainda tempo para medleys com "Shoots and Ladders" e "One" dos Metallica ou "Word Up!" de Cameo, "Coming Undone" e "We Will Rock You" dos Queen. Um dos destaques da  noite foi para o sincero pedido de desculpas endereçado pelo vocalista Jonathan Davis em relação ao que se passou, ou melhor, ao que não se passou no Rock In Rio. Os Korn despediram-se da melhor maneira, com aquele que é considerado por muitos como um hino de uma geração, claro está "Freak On A Leash", e provaram que estão realmente aqui para ficar.


Texto por Bruno Porta Nova
Fotografias por Igor Ferreira
Agradecimentos: Everything Is New