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Entrevista aos Edenbridge


Os Edenbridge são uma banda de metal sinfónico, formada em 1998, na Áustria. A banda conta com nove álbuns e, o mais recente, “The Great Momentum”, foi lançado no passado dia 17 de Fevereiro. Estivemos à conversa com Lanvall, membro fundador dos Edenbridge e ele contou-nos tudo o que há a saber sobre ao mais recente álbum da banda e sobre a sua digressão promocional.

M.I. -  Bem, pessoal, antes de mais, muitos parabéns pelo vosso novo álbum “The Great Momentum”. Tenho algumas questões atinentes a este recente lançamento, mas, antes de mais, devo perguntar-vos: passaram-se cerca de quatro anos desde que os Edenbridge lançaram o álbum “The Bonding”; o que aconteceu no entretanto?

Imediatamente após o nosso último álbum “The Bonding”, eu queria fazer algo diferente musicalmente. Em 2010, a Sabine e eu demos um pequeno concerto em acústico em Hánoi, no Vietnam, apenas piano e voz. Foi de tal forma inspirador, que formámos os VOICIANO, o projecto acústico. Apenas eram permitidos instrumentos acústicos, ou seja, nada de baterias, guitarras eléctricas ou sintetizadores. Eu gravei a maior parte das secções de piano ao vivo, sem metrónomo e, o demais, simplesmente foi-se seguindo. Em 2014, lançámos o primeiro álbum “Everflow”. Depois disso, eu tive a ideia de fazer um DVD sobre a história dos quinze primeiros anos da nossa carreira. No fim de contas, acabei por ficar cerca de um ano a tratar da edição e o que acabou por surgir foi um documentário de nove horas, composto por seis DVDs, chamado “A Decade And A Half... The History So Far”. Na Primavera de 2015, comecei de imediato a compor o novo álbum “The Great Momentum”, que também me levou cerca de um ano para compor e para fazer os arranjos. E, além disso, desde 2014 que tenho estado a compor para um grande documentário televisivo austríaco denominado “Above Austria”, onde é mostrada a Áustria da perspectiva de um helicóptero. Este projecto está planeado até 2020! Portanto, como vêem, não fiquei aborrecido naqueles anos entre estes últimos dois álbuns.



M.I. -  Como é que vocês caracterizariam o processo criativo deste novo álbum, quais foram as vossas maiores influências e, do vosso ponto de vista, como é que o “The Great Momentum” se destaca dos vossos álbums anteriores?

Eu levei cerca de um ano a compor e a fazer os arranjos. Em Junho, gravamos a bateria e, depois disso, passei o Verão inteiro a gravar no meu estúdio. Foi um processo muito relaxante desta vez e diverti-me imenso. Depois de umas férias de três semanas, fui a Inglaterra reunir com o Karl Groom (Threshold) para fazer o mix e isso foi um grande processo novamente. Este é o quinto álbum em que trabalhamos juntos e esta colaboração é sempre bem sucedida. Finalmente, o Mika Jussila deu os seus retoques finais e masterizou o álbum no Finnvox. Desta vez, também usámos um som diferente para a guitarra ritmo, o que implicou uma maior amplificação, que sustenta as nossas guitarras de sete cordas, ainda melhor. Quando tens uma enorme orquestra, com coros gigantes, é como se estivessem todos a lutar uns contra os outros, em termos de frequências. Ou seja, agora está tudo melhor definido e mais pesado. A Sabina também está a soar extremamente poderosa no novo álbum. Oiçam os versos do tema “Return to Grace”, ela está simplesmente fantástica! Eu considero que é importante melhorar enquanto compositor e músico, tal como enquanto ser humano. Dar um passo em frente com cada novo álbum, explorar novos territórios, experimentar coisas novas; eu acho que é assim que a música deveria ser. Assim sendo, eu acredito que o “The Great Momentum” é nosso melhor trabalho até à data.


M.I. -  O “The Bonding” foi um sucesso entre os fãs; na vossa opinião, qual foi o momento mais difícil que tiveram que enfrentar enquanto tentavam superar aquele álbum – e, igualmente, todos os vossos álbuns antecedentes –, durante a criação do “The Great Momentum”?

O momento mais difícil foi precisamente o mesmo que tive que enfrentar quando acabei o “The Bonding” e é o mesmo que sinto agora que lançamos o “The Great Momentum”. Como raio é que eu vou superar este álbum? A resposta mágica é “tempo”. Eu preciso sempre de um intervalo entre álbuns para recarregar as baterias e ter novas ideias. As ideias surgem-me, muitas vezes, quando estou só.


M.I. -  Existe, neste álbum, algum tema que tenha maior significado para vocês, alguma música que seja um pouco mais “pessoal”, por assim dizer?

Os temas mais longos têm sempre um significado especial para mim, porquanto eles transmitem aquilo que a banda representa. “The Greatest Gift Of All”, para mim, é “música” e, como tal, é um tributo à música, em termos líricos. Desde as partes mais calmas, mais suaves, ao explosivo padrão rítmico orquestrado; é possível encontrarem, praticamente, de tudo naqueles doze minutos.


M.I. -  O nome do álbum é, como sabemos, “The Great Momentum”, mas o que é que vos levou a intitularem o vosso nono álbum, precisamente de “The Great Momentum”, qual é a história por detrás desta escolha?

“The Great Momentum” é um nome muito poderoso, portanto era necessário termos uma ilustração, um artwork, igualmente poderoso. “The Great Momentum” é “o intemporal, o AGORA absoluto”. As pessoas têm tendência para viverem ou muito no futuro ou no passado e acabam por esquecer “este mesmo momento”, onde a vida está, efectivamente, a acontecer. A estátua de pedra da senhora em pose de meditação, com a energia a fluir pelo seu corpo, reflecte muito bem esta ideia.


M.I. -  A tournée “The Great Momentum” já está a decorrer há uns quantos meses; como é que os vossos fãs têm reagido, até agora?


Tem sido incrível, apesar de apenas termos feito quatro concertos até agora. Dois, foram no famoso “70000Tons of Metal Festival” e os outros dois foram no nosso país natal, na Áustria.


M.I. -  Para aqueles que ainda não tiveram oportunidade de vos ver tocar ao vivo, o que é que os fãs podem esperar desta digressão?

Uma óptima setlist, mais focada nos últimos três álbuns e uma imensa paixão em palco.


M.I. -  Apesar de ainda estarmos no início da tournée, podemos assegurar os fãs de que esta não será a última digressão dos Edenbridge, não é assim? Já conseguem antever próximos álbuns ou ainda é muito cedo para estarmos a falar do “próximo passo”?

Ainda é demasiado cedo para falar sobre isso, mas um novo álbum nunca será lançado antes de 2019, isso é certo.

M.I. -  Bem, ainda relativamente ao “próximo passo”, diz-se que um artista nunca está plenamente satisfeito, portanto, digam-me: já se passaram quase vinte anos desde a criação dos Edenbridge; o que é que sentem que ainda têm por alcançar enquanto músicos e enquanto parte dos Edenbridge?

Tal como eu já tive ocasião de referir, existem sempre objectivos a concretizar, pois nenhum álbum será “o álbum perfeito”. Portanto existe sempre, pelo menos, o propósito de alcançar essa perfeição. É isto que me pauta enquanto músico e compositor: descobrir a próxima derradeira melodia, riff e arranjo de acordes! 


M.I. -  Por fim, compete-me perguntar, considerando, precisamente, o facto de que vocês já por cá andam desde o ano de 1998: até agora, quais foram os maiores obstáculos que tiveram que enfrentar e quais os vossos maiores feitos?

Nós ainda temos a possibilidade de fazer a música que queremos, sem compromissos e temos um forte grupo de fãs pelo Mundo fora. Já fizemos diversas tournées pela Europa, Rússia, Coreia, China, Taiwan, Indonésia, Vietnam e, agora, pela América. Portanto, eu diria que fizemos muita coisa bem. Por outro lado, considerando que nunca olhamos para a esquerda e para a direita, quanto ao que seria “a próxima grande cena” ou endireitámos o nosso caminho, escolhendo, antes sim, a estrada menos viajada, por vezes tornámos as coisas mais difíceis para nós, mas este é o único modo de sobreviver, se queremos fazer isto a longo prazo!

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