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Judas Priest - "Firepower" Review


Enquanto ouvinte, a primeira sensação que surge ao ouvir “Firepower”, que começa com o tema-título, é de que os Judas Priest, como uma banda de 48 anos de atividade, conseguiram preservar a energia que sempre caraterizou o seu som ao longo das décadas, sendo que este tema relembra “Rapid Fire” que abre o álbum “British Steel” de 1980, no qual já contavam com dez anos de carreira.

“Evil Never Dies” faz lembrar Metallica em “One”, com a ferocidade da voz de Rob Halford a demonstrar que o vocalista não perdeu fôlego, e a própria secção rítmica mantém a força e pulsação que dá um peso extra a este tema como a “Traitors Gate” mais adiante.

A sonoridade que os Judas Priest ajudaram a propagar ao longo das várias décadas de atividade não demonstra sinal de abrandar, notando-se uma clara vontade de manter a energia ao longo dos temas iniciais, encontrando-se em “Necromancer” um bom exemplo com os solos alternados de guitarra. 

Chegando ao oitavo tema “Rising From Ruins”, o peso e velocidade já reduziram, dando espaço para o ouvinte respirar e experimentar um lado mais introspectivo do ponto de vista sonoro dos Judas Priest. Com “Flame Thrower”, a jovialidade sonora que remete para “Living After Midnight” de “British Steel”, ao passo que a emotividade característica da voz de Rob Halford se perde (sendo a teatralidade da mesma evidente em “Spectre”, recordando Bruce Dickinson dos Iron Maiden e David Bower dos Hell).

Outro aspecto a destacar é que “Firepower” é um disco que apresenta letras que expressam sentimentos mais negros, “Never the Heroes” e “Evil Never Dies”, a par de um sentimento de esperança, em “Sea of Red”. Com efeito, a clareza na enunciação das letras torna mais eficaz a sua mensagem.

Em jeito de conclusão, apesar de “Firepower” ser um disco que soa muito semelhante a outros discos do género NWOBHM, temas como “Children of the Sun” ou “Guardians”, apresentam ambientes diversificados que relembram álbuns anteriores da carreira dos Judas Priest, como “Angel of Retribution” ou até “Nostradamus”, resultando num equilíbrio sonoro e coesão musical. Desta forma, o disco pode ser ouvido várias vezes sem perder o impacto da primeira audição, sendo o aspeto mais negativo a apontar a extensão do mesmo.

Nota: 8/10

Review por Raúl Avelar