No passado dia 10 de julho, Lisboa recebeu a visita de dois dos expoentes máximos do rock e metal internacional: Kiss e Megadeth. O Estádio Municipal de Oeiras, rebatizado Mário Wilson, foi o local escolhido e talvez por não ser um local tradicionalmente recetivo a eventos do género, quando os Megadeth subiram ao palco, pelas oito e meia, a plateia estava bastante despida de público.
Dave Mustaine continua com uma presença imponente, apesar da sua voz já não ser a de outrora. Mesmo assim, Oeiras recebeu um desfile de clássicos, a começar logo com "Hangar 18", iniciando da melhor forma este concerto. Seguiu-se "The Conjuring" e "The Threat is Real", com elevada nota para a formação que acompanha Mustaine, com destaque para o brasileiro Kiko Loureiro na guitarra e o baterista Dirk Verbeuren. Arriscaria mesmo dizer que, juntamente com o baixista original, David Ellefson, esta é a formação mais forte dos Megadeth de há muito tempo!
"Sweating Bullets", "Take No Prisoners" e "Trust" mostraram uma banda coesa, se bem que era notório algum cansaço na voz do eterno líder da banda. "Tornado of Souls" mereceu um enorme aplauso do público mal os primeiros acordes soaram, facto que foi ajudado pelo enorme fluxo de público no recinto, que depois de enormes atrasos nos procedimentos de entrada, estavam finalmente perto dos seus heróis. A banda percebeu isso mesmo e atacou os três últimos temas como se disso dependesse a própria vida, gastando o resto de energia que ainda tinha em "Dystopia", "Symphony of Destruction" e o grande final com "Peace Sells...", cantado em uníssono por um estádio já perto da lotação esgotada e com a mascote da banda em palco. Regressariam poucos minutos depois para um encore de apenas um tema, "Holly Wars".

A euforia voltou a atingir o seu pico com "I Was Made For Loving You", iniciando desse modo a parte final do concerto, com Paul Stanley a indicar que queria estar junto do seu público, pedindo que para tal os mesmos gritassem o seu nome. Nesse instante, voou então por cima da plateia até à regie, onde atacou com "Love Gun", regressando da mesma forma ao palco para terminar a atuação com "Black Diamond". O encore era esperado mas começou com o velhinho "Cold Gin", continuou em grande com uma enérgica "Detroit Rock City", seguida de um final apoteótico com "Rock And Roll All Nite", que culminou com uma forte chuva de confettis, explosões, fumo e fogo de artifício.
Texto por Vasco Rodrigues
Fotografias por Nuno Conceição / Everything Is New
Agradecimentos: Everything Is New