"Spectre of Ruin" é o terceiro álbum dos Black Fast, lançado através da gravadora Entertainment One. A banda proveniente de St. Louis, Missouri, havia já chamado a atenção com os seus primeiros dois LP's, que demonstravam uma refrescante marca de Thrash Metal bastante técnico, mas sem comprometer a intensidade e agressão associadas ao género. Comparações a bandas como Coroner e Vektor são talvez as mais óbvias, embora os Black Fast não se limitem a copiar ou reciclar ideias, evitando clichés nostálgicos em que tantas bandas de Thrash contemporâneo caem.
Este novo álbum começa com um estrondo. "Cloak of Lies" chega sem qualquer aviso ou introdução, atirando o ouvinte diretamente para dentro de uma explosão sónica liderada pelos vocais característicos de Aaron Akin, acompanhado por um riff mid-tempo. É claramente uma das faixas mais fortes deste projeto. Com o avançar do álbum, é possível perceber desde cedo que se anuncia uma mudança no som da banda, o Thrash parece perder o protagonismo, dando lugar a riffs a tender para o Black Metal. Isto é particularmente evidente em faixas como "Silhouette Usurper" ou "Temple of Leviathan" onde a banda aparenta estar mais contida. Os floreados técnicos presentes nos trabalhos anteriores são menos comuns, embora a habilidade instrumental do conjunto seja ainda indubitável, principalmente nos solos de guitarra, a destacar "Phantom I Am", forte candidata ao ponto alto do álbum.
A produção é um ponto negativo em comparação a esforços anteriores. As guitarras não são tão distinguíveis, fazendo com que percam muito da agressividade que demonstram em "Starving Out the Light" e "Terms of Surrender", evidenciado também pela falta da tecnicalidade nos riffs a que os Black Fast nos habituaram. Este refreamento faz com que grande parte do álbum seja desprovido de surpresas ou momentos de destaque (sejam eles bons ou maus), tornando a experiência algo repetitiva e monótona, um problema exacerbado pela produção densa e estéril. A ligeira transformação sonora de "Spectre of Ruin" é evidenciada até na capa do álbum, que contrasta com a palete monocromática dos anteriores, talvez um presságio do que poderão ser as intenções da banda para projetos futuros.
Este álbum não é mau de maneira alguma, embora não seja também excecional. É um trabalho competente e consistente, mas dificilmente irá surpreender o ouvinte, ficando este mais bem servido com os primeiros dois álbuns da banda.
Nota: 6.8/10
Review por João Castro