A marcha que abre o disco (“Out to Shelter”) demonstra o talento dos instrumentistas, desde o groove e precisão do baterista, aos solos de guitarra a recordar Megadeth e o baixo presente e marcante. E daí se entra para “Blood for Money”, com a voz de Roberto Grillo, acompanhada de coros, a recordar Bruce Dickinson, ainda que com menos alcance.
A troca de solos e riffs entre as guitarras torna-se no aspecto mais marcante dos temas que compõem “Critical Fallout” que é, acima de tudo, um disco de thrash metal, com uma sonoridade a pender por vezes para o NWOBH. Estas características fixadas nos primeiros dois temas, sem contar com a faixa instrumental que abre o disco, são as principais a reter ao longo do álbum.
Na verdade ao entrarmos em “Dystopia”, o ritmo frenético mantém-se, com os solos de guitarra a entrar num registo de shredding que recordam Megadeth na sua execução, mas sem alguma da direcção melódica típica dos solistas da banda de Dave Mustaine. A mestria técnica dos elementos mantém-se evidente nos temas seguintes, atenção aos apontamentos de baixo em “Revenge”, assim como à forma como os temas fluem entre si, como se de uma música todo o álbum se tratasse.
Infelizmente, não mudança de dinâmica entre os temas, ou espaço para o ouvinte os distinguir, o que poderá ser atraente para apreciadores do trash imperdoável dos Slayer, mas que poderá afastar quem procure algo de novo dentro deste género de metal. Existe um aceno aos Metallica no instrumental “Conspiracy Theory”, pela sua atmosfera negra e a forma variada como os Kinetik a conseguem desenvolver, sendo este tema um dos pontos altos deste álbum.
Em jeito de conclusão, a música dos Kinetik presta homenagem às suas influências de forma competente, mas sem conseguir motivar uma repetida audição deste álbum de estreia. Por outro lado, dada a capacidade de crescimento criativo por parte da banda, que demonstra uma boa qualidade na execução de temas com variadas influências, será interessante ver onde eles poderão ir nos próximos lançamentos; ao atentar no último tema, “Eymerich”, parece que a sonoridade da banda se aproxima dos Mastodon pela utilização de guitarras acústicas para criar uma atmosfera opressiva.
Review por Raúl Avelar