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A Forest of Stars - "Grave Mounds And Grave Mistakes" Review


Quem já conhece a auto-denominada “sociedade de cavalheiros”, A Forest of Stars, sabe que o Black Metal Avant-garde destes britânicos é sinónimo de qualidade e de um momento bem passado. Quem não conhece, a altura não é tardia e este “Grave Mounds And Grave Mistakes”, serve de um bom cartão de visita para o resto da discografia da banda.

Mas o que está aqui ao certo? Black Metal Progressivo com doses valentes de melodias Folk melancólicas que vêm, ora pelo violino, ora pela flauta, ambos da autoria de Katheryne, Queen of the Ghosts; e as vozes maníacas de Mister Curse, que tão bem consegue transpôr vocalizações de verdadeira insanidade e sofrimento, encompassadas por um background sonoro altamente equilibrado e com toda a aura de uma Inglaterra da Era Vitoriana. Em menos palavras, a imagem de marca dos AFOS mantem-se intacta, mas que não se conte com “mais um disco” neste “Grave Mounds And Grave Mistakes”, pois, se há algo que a banda também nos habituou, é que não lança dois discos iguais e este registo de 2018 têm o seu próprio cunho.

O maior destaque será a agressividade. O Black Metal dos AFOS está mais cru em comparação com os últimos lançamentos, muito mais voltados para o progressivo e para o atmosférico, e pode-se encontrar em “Children Of The Night Soil” e “Scripturally Transmited Disease” dos temas mais rápidos (não confundir com curtos) compostos pelos britânicos. Apesar disto, a faceta de construir canções épicas que juntam tudo o que a banda sabe fazer também aqui está em “Tombward Bound” e na fenomenal “Decomposing Deity Dance Hall”, este último tema digno de figurar nos dois álbuns anteriores.

Quem ouvir a versão especial de 2 CDs, encontrará também os dois temas que compõem o EP “Folklore For The Flies”, também dignos de interesse, como a pseudo-balada “So Much Walking Dust (A Parasite For Sore Eyes)”, onde Curse eleva a voz aos pontos mais dementes que consegue; e “Plight Of The Uneven Heathen”, um instrumental psicadélico mais focado nas guitarras e menos centrado na sonoridade típica da banda.

Em muitos casos, é bom quando uma banda envereda por um álbum mais rústico como este. No entanto, os A Forest Of Stars são tão bons nas composições complexas que habitualmente concebem que não conseguem ser tão bons noutras coisas, daí ter escrito no início que este é um bom convite para descobrir o resto que a banda já produziu. Há músicas muito boas aqui, do melhor que estes cavalheiros ( e uma senhora), já nos mostraram, mas, no seu todo, “Grave Mounds And Grave Mistakes”não consegue acompanhar os níveis de “Beware The Sword You Cannot See” e “A Shadowplay For Yesterdays.”

Nota: 8.4/10

Review por Tiago Neves