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Reportagem Darkness is Forever Fest 2018 @ RCA, Lisboa 29Dez2018


Com o ano de 2018 a aproximar-se vertiginosamente do fim, um ano muitíssimo fértil em termos de concertos em Portugal, ainda houve tempo para a Amazing Events criar um novo festival dedicado aos sons mais pesados, Assim, no passado dia 29 de Dezembro, a sala lisboeta do RCA receber a edição zero do Darkness Is Forever Fest, com um cartaz que incluía cinco bandas na sua maioria perfeitas desconhecidas do panorama underground nacional.

O arranque do novo festival deu-se ao som dos sevilhanos Pylar, que brindaram os presentes com uma mistura de música atmosférica de contornos bastante obscuros, com toques de missa negra e rituais invocativos. Escondidos por debaixo de longas vestes e com uma presença cénica muito invulgar, tal como invulgar é o doom metal apoiado no uso de trompa, os espanhóis trouxeram até Lisboa a sua discografia, perfeitamente desconhecida por estas paragens. O público, esse, permaneceu imóvel junto ao palco, num misto de transe e observação, aplaudindo profusamente no final dos cerca de quarenta minutos de prestação.

Dos portugueses Cavemaster já a plateia era conhecedora, não fosse este um projecto de Mário Rodrigues dos Karbonsoul, apesar da sua pouca idade. Problemas técnicos atrasaram o início da prestação e acabaram por encurtar o alinhamento, mas desde os primeiros acordes de “A Morte Que Me Leva Para o Abismo” até “Sede de Sangue” foi um curropio na frente do palco. Bom black metal old school, numa banda já com três discos editados e que merece atenção futura.


Do Porto vieram finalmente até à capital os OAK, o duo composto por elementos dos misteriosos Gaerea, aquela que é uma das maiores certezas do black metal obscuro português. Quando estamos em vésperas da edição pela Transcending Obscurity Records do seu primeiro disco, “Lone”, a banda levou o seu Doom atmosférico ao RCA, alicerçado na bateria e guitarra artilhada com uma panóplia de pedais de distorção. Muitos dos presentes ansiava pela presença deles em Lisboa e foi um concerto extremamente interessante.


Da longínqua Noruega veio a banda revelação da noite, os Uburen e o seu viking metal. Com uma presença em palco poderosa e um som muito bem equilibrado entre os seus executantes, o trio nórdico rebentou com a fronteira entre palco e plateia, com temas como “Our Land on Fire” ou “Remembrance”. De um país que já nos deu bandas como Burzum, Darkthrone, Emperor, Immortal, Mayhem... e a lista continua, é refrescante ver que o black viking metal continua a estar muito bem entregue a gerações mais novas.


Da Áustria chegaram os Harakiri For The Sky, banda de post-hardcore que tinha muitos fãs na plateia. A expectativa de ver a banda de JJ era muita e não defraudaram expectativas, baseando a performance no seu quarto álbum “Arson” de 2018. A banda tem a típica atitude de muitas outras do género, não interagindo de maneira alguma com a plateia, o que para um público caloroso como o português parece estranho, mas mal a música arranca, percebe-se o porquê de serem considerados uns dos melhores do género.


Apesar de ser um festival mais no panorama metálico, e a data já fazer pensar em rabanadas e prendas no sapatinho, mais uma excelente organização da Amazing Events!

Texto e Fotos: Vasco Rodrigues