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Entrevista aos Morbid Death


Completam trinta anos sobre a formação e ao fim de uma década de silêncio, regressaram com «Oxygen». Chamam-se Morbid Death, vêm da Madeira e a Metal Imperium esteve à conversa com Ricardo Santos, vocalista do grupo.

M.I. - Uma década desde «Metamorphic Reaction», o que passou, entretanto?

Bem, a banda viveu um período difícil. Teve um hiato de três anos, praticamente logo após a «Metamorphic Reaction», que se deveu à minha decisão de parar. Sentia-me cansado, remando contra a maré...nada se passava...não havia concertos. Digamos que o ambiente arrefeceu. Os restantes elementos não quiseram continuar, decisão essa que em nada me surpreendeu. Foram três anos que desliguei quase que por completo da música, e confesso que me fez bem. Passado este tempo, fomos desafiados a tocar numa noite de Halloween, e foi o que nos fez retomar os Morbid Death. 


M.I. - Mudaram de guitarrista, mantém um Bettencourt. Qual a relação entre eles? Que trouxe de novo o Luís?

A relação entre eles é apenas de amizade. Em tempos, o Luis fez parte do nosso crew. Inclusive, chegou a substituir um dos guitarristas num concerto. Já era um “velho conhecido”. Com a entrada do Luís, tudo se alterou. Decidimos que era para trabalhar a sério. Além de ter composto as músicas de «Oxygen», ele também produziu. Foi uma lufada de ar fresco e a prova disso é que em menos de um ano, gravou-se um álbum de doze músicas e realizaram-se três vídeo clips. A banda está super motivada e preparada para novos voos, novos desafios e sabe tão bem estar de volta com um álbum.


M.I. - Quem integra Morbid Death hoje? Agora é um trio? Quem entrou, quem saiu?

O mais importante neste momento será quem entrou. Foram o Luís H.Bettencourt, na guitarra e Rafael Bulhões, bateria. Apenas eu, estou desde o início. Estes sim, são os novos Morbid Death.


M.I. - Como foi feita a aproximação à Art Gates? Como irá funcionar?

A aproximação deu-se com um e-mail da Art Gates Records a propor trabalhar com eles. Ficamos extasiados com a proposta e decidimos avançar. 
Não estava nos planos sequer assinar por uma editora discográfica e por sinal, uma estrangeira. Mas quando surgem oportunidades dessas, não há como recusar! Pensávamos que só acontecia aos outros e do nada, apareceu-nos!


M.I. - Ao fim de uma década, porque resolveram agora gravar um álbum e que planos possuem para ele?

Pessoalmente, vontade nunca me faltou. Quando surgiu a oportunidade de trabalhar com a  AGR, foi como que o impulso que estava a faltar. Dedicamo-nos os três a 100% à preparação do álbum e o plano é levá-lo o mais longe possível.


M.I. - Na carreira de Morbid Death um dos grandes problemas tem sido a insularidade e os custos de tocarem no continente. Será desta que se resolve?

É verdade, a insularidade não abona a nosso favor. Vão sempre existir custos adicionais pelo facto de vivermos numa ilha. Sentimos que estamos afastados de todo o meio. 


M.I. - Qual o sentido de «Jordsträngar». Quem faz o voice over? 

Jordsträngar significa guitarra da terra, em sueco. No folclore açoriano é utilizada a viola da terra, um instrumento exclusivo dos Açores e que é tocado no próprio tema. 
O voice over é feito pelo Luís, que é fluente em sueco e grande fã de bandas oriundas da Suécia. De salientar que esta não é a única referência sueca ligada ao álbum. «Oxygen» foi masterizado por Jakob Herrmann e Robin Leijon, nos Top Floor Studios, em Gotemburgo.


M.I. - «The Perfect Lie», remete para o vosso momento mais goth death, um regresso a um instante na carreira ou um tema reciclado?

Este álbum é caracterizado por músicas com refrões mais catchy e vocalizações limpas, não pondo de parte uma certa dose de agressividade. Esta é a nova sonoridade dos Morbid Death, mais actual. O resultado final superou as nossas próprias expectativas, esperamos que supere as vossas também.


M.I. - Neste disco há muito sampler, como funcionará ao vivo. Já há uma formação pensada para tocar ao vivo?

Os Morbid Death são um trio que não parou no tempo no que toca às novas tecnologias. Os backing tracks terão um papel predominante em qualquer actuação nossa, algo que não era utilizado no passado. Vamos levar para o palco as mesmas emoções que transmitimos no álbum.

Entrevista por Emanuel Ferreira