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Lake of Tears - “Ominous” Review

Após um interregno de dez anos, os Lake of Tears estão de regresso com “Ominous”, o seu novo trabalho de originais que irá ser lançado no próximo dia dezanove de fevereiro. Longe de ser original, o som desta banda sueca é, ainda assim, algo que não se ouve todos os dias. Isso deve-se sobretudo à mistura de estilos por ela adotada. Viagens espaciais e o fim do mundo são os temas que deram o mote para este novo disco.

Falar sobre os Lake of Tears é falar sobre Daniel Brennare. É ele o cérebro por detrás deste projeto. As guitarras são tocadas por ele, assim como as teclas e, para além disso, é também sua a voz que ouvimos em oito dos nove temas que compõem este trabalho. Não é uma voz que seja capaz de envergonhar ninguém pela sua qualidade, é até bem fraquinha, mas encaixa perfeitamente nas suas composições. Ah, já me esquecia, é também ele que produz este “Ominous”.

Tentar rotular a sua música é realmente uma tarefa complicada. Certo é que ela vai muito para além do que chamamos de rock gótico, sendo evidentes as influências de bandas como os Sisters of Mercy ou David Bowie, onde se mistura um certo doom. Tudo na dose certa.

O álbum arranca com “At the Destination”, que é até uma das mais mexidas com muitos sintetizadores à mistura para entrar logo de seguida numa toada mais melancólica e negra com “In Wait and in Worries” e “Lost in a Moment”. “Ominous One” é um tema bastante musculado, com guitarras agressivas, mas este “Ominous” é uma viagem feita a diferentes velocidades. Logo de seguida voltamos a uma toada mais lenta, ao som dos dois seguintes temas e só então surge aquela que é a música mais heavy de todo este trabalho: “The End of this World” é pesada quanto baste, para além de ser um tema instrumental que serve de entrada para “Cosmic Sailor”, uma balada. É também com uma balada que termina “Ominous”: a faixa “In Gloom” encerra esta viagem, fazendo uso de violoncelos.

Ao fim de dez anos este é um regresso muito sólido por parte dos Lake of Tears. Não foi deixada de parte a sua génese mais doom, mas este trabalho tem muito de rock, progressivo, se o quiserem assim chamar. Na verdade, é dificil perceber é o que é que este álbum não tem, tal a quantidade de sons e ritmos que nele encontramos. As letras dos temas poderiam ser comparadas a “Space Oddity” de David Bowie. De tal forma que podemos ser levados a pensar tratar-se de uma homenagem feita por Daniel Brennare ao falecido Bowie. Só ele o poderá dizer se foi essa a sua intenção.

Nota: 8.7/10

Review por António Rodrigues