About Me

Entrevista aos Reach

O Hard Rock foi a minha porta de entrada para sons mais pesados, e sempre tive um coração “mole” quanto a isto. Agora, deixem-me apresentar-lhes ao trio sueco de Hard Rock moderno, Reach, que está carregado de novas canções espetaculares no seu novo álbum 'The Promise of a Life', que será lançado a 23 de abril de 2021 pela Icons Creating Evil Art. Os Reach são uma ótima máquina de fazer canções com potencial para explodir com esta nova coleção de 10 faixas cativantes e refrões memoráveis.
A banda será enorme, acreditem em mim! O carismático Ludvig Turner (voz e guitarras) conversou com a Metal Imperium sobre a banda, o novo álbum, os seus sonhos e uma “conspiração” que envolve o Marilyn Manson! Curiosos? Leiam!

M.I. – O Ludvig participou no Swedish Idol. Essa experiência ajudou a banda de alguma forma?

É difícil dizer, comecei a cantar nesta banda um ano após a minha participação. Acho que o Marcus, sendo parte dos Death Stars, teve um impacto maior nos Reach, para ser honesto!


M.I. - Quantos anos tinhas quando decidiste que querias formar uma banda? Por que formaram os Reach?

O Marcus e eu tínhamos outras bandas quando nos conhecemos em 2012! Nós conhecemo-nos quando o Marcus fez o teste para uma banda em que eu tocava na época. Demo-nos muito bem e decidimos deixar aquela banda para formar a nossa depois do primeiro ensaio! Gostávamos da mesma música: Whitesnake, Sabbath, Zeppelin, etc. Tínhamos os dois cabelo comprido e encaracolado, por isso fazia sentido começar uma banda.


M.I. - Que música de Hard Rock desencadeou o vosso gosto pelo rock?

O Marcus é um grande fã dos Judas Priest, e tenho a certeza de que eles têm algo a ver com isso! Eu sabia que queria ser um Guitar Hero de rock n 'roll quando um amigo meu tocou “Paranoid” para mim no 5º ano!


M.I. - A banda optou por se autodenominar “Reach”, que é uma palavra bastante básica. Qual é o significado para vocês?

Achamos apropriado, já que o Marcus e eu estávamos à procura de algo a que dedicar as nossas vidas. Alcançando (Reach) aquilo que iria atiçar a chama interior em nós. Não pensamos muito sobre isso, já que o nome Reach imediatamente pareceu certo para nós.


M.I. - A banda é descrita como um trio de Hard Rock moderno sueco. Por quê Hard Rock? O que vos atraiu neste género?

Pode soar um pouco cliché, mas se o rock n’ roll te encontrar enquanto és jovem, vai permanecer contigo! Eu adoro as apresentações ao vivo e a dureza da música. O rock assume tantas formas que nada é capaz de acalmar esta fome!


M.I. - De acordo com a editora, os Reach são uma ótima máquina de fazer canções com potencial para explodir com esta nova coleção de 10 faixas cativantes e refrões memoráveis. Qual é a vossa opinião sobre isso?

Eu realmente acredito que esta banda tem algo. Todas as bandas pensam assim. Sabemos que o que fazemos é um pouco controverso, mas podemos dizer que as pessoas de todo o mundo estão a gostar. Este álbum deu um bom empurrão à banda mesmo antes de ser lançado e num momento de bloqueio total. Eu sou um pouco tímido quando se trata de prever o meu próprio sucesso, mas realmente acredito que fizemos muito bem em criar "The Promise of a Life”. 


M.I. – Quais são as influências musicais dos Reach?

Temos os nossos gostos comuns como os grandes dos velhos tempos, mas, além disso, temos 3 tipos de gostos distintos na música. O Marcus e o Zouf deveriam colocar aqui os gostos deles também. Para mim, há muitos que adoro ouvir, de Sinatra a Johnny Cash, Muse a bandas progressivas desconhecidas e tudo mais!
 

M.I. - Quando o vosso primeiro álbum “Reach out to rock” foi lançado em 2015, quais foram os vossos primeiros pensamentos? "Estrelato, aqui vamos nós?"

Bem, sim! De novo, que banda não pensa isso?! O meu erro depois de lançar aquele álbum foi que não dediquei tempo suficiente às letras. Acho que esse é o 4.º instrumento dos Reach hoje. Naquela época, tudo o que me importava eram os solos de guitarra e a aparência atrevida! (risos)!


M.I. - Os vossos álbuns incluem 10 músicas... algum motivo particular?

Na verdade não, acho que é padrão ter 10 músicas e uma especial para o Japão. Pelo menos para uma banda de rock melódico. Nós saímos um pouco desse género, mas não há realmente nenhuma razão para não termos mais músicas. Eu adoraria lançar um álbum de 20 músicas depois deste. Mas isso sou só eu!


M.I. - O título do álbum é “The Promise of a Life”... qual é o seu significado?

Todas as letras têm uma onda obscura e a canção “The Promise of a life” representa o álbum. É um tanto irónico. Por que esperas que a vida seja boa? Por que sofres quando tudo vai por água abaixo? Ninguém nunca nos prometeu uma boa vida. Talvez alguns tenham apenas uma vida prometida. Não é uma declaração muito feliz, mas acho que tragédia, estranheza e horror são bons tópicos para uma letra.


M.I. - Mesmo que tenham grandes influências do hard rock dos anos 80, há um som contemporâneo no álbum. Foi propositado ou saiu naturalmente?

Quando eu escrevo músicas, não gosto de reconhecer outras músicas nas minhas. Só se pode ser inovador, se tentarmos agitar um pouco as coisas. Eu também gosto de uma mistura moderna. Essa combinação pode ser a razão para este som contemporâneo.
 

M.I. - O novo álbum tem recebido críticas / reações incríveis tanto dos média como dos fãs. Como é que isso vos faz sentir? Ainda ficam nervosos quando as críticas em grandes revistas são publicadas?

Isso faz-nos sentir bem! Nós fazemos músicas que amamos tocar e ouvir e ter pessoas que partilham esse sentimento é espetacular. Temos muitos novos ouvintes e muita interação com as pessoas que expressam o quanto gostam das nossas músicas. Ficamos nervosos, uma boa crítica não é tudo, mas gostamos delas e é ótimo!


M.I. - Muitas das letras da banda são sobre assassinos, vícios, depressão... essas letras são biográficas de alguma forma ou simplesmente vos interessais por estes assuntos?

Um pouco de cada. Eu inspiro-me na minha vida, nas tragédias e nos momentos de alegria que ela traz. Gosto de contar histórias e usar pedaços da minha vida para dar a essas histórias alguma verdade. Para mim, esse elemento torna-o um pouco mais real e honesto para o ouvinte e para mim.


M.I. - Vocês planeiam lançar um novo vídeo em breve e, em caso afirmativo, para qual faixa?

Provavelmente não para os lançamentos restantes de “The Promise of a life”. Deveríamos lançar este álbum mais cedo e isso significaria 3 vídeos / singles, depois o álbum. Mas já que adiamos a data de lançamento, decidimos lançar os “singles extras” sem vídeo.


M.I. - A capa do álbum tem uma vibe meio steampunk, com todos os googles, os olhos... o que significa? Qual é a sua relação com as músicas?

Vagelis, que fez a arte de todo o álbum, recebeu as músicas e letras e perguntou se poderia apresentar algo que achava que representava o álbum. Ele tem um estilo de que gostamos, mas a arte que criou para os singles e para o álbum foi exatamente o que queríamos. Um pouco misterioso e provocador. Essa parte de fazer o álbum foi super suave, ele deu-nos tudo o que queríamos na capa deste álbum em particular.


M.I. - De todas as faixas do álbum, qual é a tua favorita e por quê?

“Motherland” é brutal! Nós divertimo-nos muito a gravá-la, o baixo, o solo de guitarra jazz, a bateria caótica, e tudo isso é a banda sonora perfeita para uma história sobre uma terra fictícia de assassinos! “New Frontier” também é top! 


M.I. - Contem-nos algo sobre cada faixa...

New Frontier - Queríamos essa grande faixa de abertura do álbum e pensamos em fazê-la ao estilo “space opera western”, com pelo menos 5 minutos de duração. É um formato estranho para uma música de abertura, mas realmente dá uma amostra do que está para vir no resto do álbum.
The Law - Escrevi sobre um sistema falhado, um lugar para vilões, tipo Gotham, acho. Escrevi como se The Law fosse um ser, uma espécie de máquina. A música precisava de ser industrial e repetitiva.
Young Again - A música não era originalmente para os Reach, apenas uma ideia que era demasiado feliz para ser uma música dos Reach. Mas ao adicionar a história terrível de uma pessoa suicida deprimida, a coisa tornou-se um pouco bizarra. É por isso que escolhemos pintar essa imagem ainda mais nítida com um videoclipe muito sombrio.
Satellite - é a única música que não é sobre morte ou destruição neste álbum. É sobre uma criança que persegue uma estrela apenas para pedir um desejo. Mas essa estrela é um satélite! Eu acho que é algo muito querido e triste ao mesmo tempo. Ninguém morre, mas está no álbum por causa do riff violento na introdução.
Seventh Seal - Uma visão da cena clássica do Sétimo Selo de Ingmar Bergman. Uma espécie de tributo.
Higher Ground - A primeira música escrita no álbum. Na minha opinião, definiu como o resto do álbum seria. Os versos estranhos e grandes refrões melódicos. Tendemos a inclinarmo-nos para a construção de uma música. Isso abre espaço para inovação.
Cover my Traces - Essa música é um pouco puxada para nós. Muito baseado em batidas. As letras e as vozes desempenham um papel importante aqui, já que é basicamente muito atmosférica. Mas tem um solo de baixo muito fixe que o Zouf escreveu e foi uma alegria vê-lo gravá-lo.
The Streets - Drill Sergeant cheio de música de ação! É o tema que mais nos leva de volta aos dias do rock melódico, acho eu.
The Promise of a Life - é o que está mais próximo do meu coração.


M.I. - Estão satisfeitos com o resultado final do álbum?

Muito mesmo! Mas muito animado para o próximo também! Algumas ideias não entraram aqui apenas porque tínhamos um tema em mente. Espero que vejam a luz do dia em breve. Também sei que o próximo será diferente deste e estou curioso para saber como!


M.I. - O link do álbum que foi partilhado comigo também incluía instrumentais para as 10 faixas. Essa foi vossa escolha pessoal ou foi uma decisão da editora? Por quê incluí-los?

Eu ouvi isso, mas não sei porquê! (risos)! Parece um pouco enfadonho ouvir instrumentais de um álbum feito para vozes.
 

M.I. - “The Promise of a Life” será lançado no dia 23 de abril pela Icons Creating Evil Art. Como surgiu esse acordo?

Reunimo-nos graças ao Erik Grönwall, que acabara de se tornar nosso empresário. Encontramo-nos para uma reunião e demo-nos bem com os tipos da ICEA. Eles tinham e têm uma paixão por esta banda e isso por si só foi motivo suficiente para nos juntarmos a eles.


M.I. - “Sexo, drogas e rock and roll” tem sido o lema do Hard Rock nas últimas décadas... vocês vivem de acordo com isso ou têm um mais personalizado?

Estamos a ser observados, por assim dizer, por isso não pesquises essas coisas no Google neste momento! Mas nós divertimo-nos, com certeza!
 

M.I. - Recentemente, o Alice Cooper descartou a noção de que o rock está morto, dizendo que “o rock and roll é divertido demais para deixar morrer”. Concordam? Acreditam no ressurgimento do género? Será tão grande quanto era nos anos 80?

Eu acho que o Rock é muito grande! Mas o rock dos anos 80 é o rock dos anos 80 e o rock de 2020 é rock de 2020. É injusto esperar que uma banda como os Whitesnake permaneçam nas tabelas de venda durante 50 anos. Quero dizer, os tempos mudam, a música mudou. Os Whitesnake de hoje para mim são os Muse, Awolnation, Imagine Dragons. Podes não gostar de apenas ouvir rock dos anos 80. Experimenta Awolnation, especialmente o último álbum e diz-me que não é rock n’ roll do nosso tempo!
Mas acho que te referes ao Adam Levine dos Maroon 5, ele disse algo assim. Bem, ele tinha uma grande banda de rock e “Harder to breathe” é uma música de arrasar. As músicas do álbum sobre Jane tornaram os Maroon 5 famosos, mas ele agitou-se "como Jagger" e perdeu-se em vez de perder o rock n’ roll.
 

M.I. - Existe alguma faixa (rock ou não) que vocês achem tão especial que gostariam de ser os autores dela? Se sim, qual e por quê?

Eu realmente sinto uma “vibração de obra-prima” quando ouço “Life on Mars”. Acho-a brilhante. Se escrevêssemos essa música, ela encaixar-se-ia perfeitamente neste álbum! Existem tantas, mas essa é a primeiro que vem à ideia.


M.I. - O álbum está para sair e a tournée foi adiada... como será a promoção até que as coisas voltem ao normal? Alguma expectativa ou medo em relação a isso? Transmissão ao vivo?

Fizemos essa transmissão ao vivo e foi uma boa escolha. Não é o que eu quero fazer, mas por respeito aos nossos ouvintes, provavelmente faremos isso de novo. Todos nós esperamos que essa merda acabe para que possamos ir pelo mundo e tocar a nossa música!
 

M.I. – Os Reach adorariam ser a banda de abertura dos Muse... por quê eles?

Esse era o meu desejo, já que sou fã, mas acho que seríamos um bom número de abertura! Mais um trio com músicas de rock alternativo! Eu ficaria maravilhado por poder atuar.


M.I. - Sonham em tornar-se grandes estrelas do rock e ter estatuto de culto como os membros de bandas como Guns N ’Roses, Skid Row, Alice Cooper e muitos mais? Na vossa opinião, o que é preciso para se tornarem estrelas de rock? A aparência e o carisma são suficientes?

Eu não tenho ideia do que é preciso, mas como dizes, provavelmente precisa-se de tudo, certo?! Bom aspeto, as músicas e um pouco de sorte, talvez. Comecei a tocar guitarra com vontade de me tornar um dos grandes, ainda tenho esse objetivo. Se isso não acontecer, gostaria de morrer, deixando para trás algo de que me orgulho. Estou orgulhoso deste álbum, mas sei que há mais em mim!


M.I. - O herói do Ludvig é o Chris Cornell... quanto é que a morte dele te afetou?

Acho que quem tem um ídolo assim sente o mesmo quando essa pessoa morre. Eu senti como se o conhecesse e fiquei triste quando ouvi isso. Nunca o conheci, nem o vi ao vivo, para ser honesto. Mas adoro a sua voz e a sua música. Provavelmente mais do que qualquer outro artista.
 

M.I. - Algumas estrelas de rock suicidaram-se principalmente devido a problemas de saúde mental... esse é um dos motivos pelos quais escrevem sobre depressão? Já enfrentaram problemas desses ou conhecem alguém que os tenha? As pessoas ainda os tentam esconder dos outros para não serem julgadas?

Têm-me pedido para falar sobre isso recentemente. Talvez por causa das letras e tópicos das canções recentes. Não tenho formação neste assunto e não afirmo saber como sair de uma depressão e aconselho a procurar ajuda se estiverem com problemas mentais.
Enfrentei os meus problemas na vida pensando que isso me ajudaria a superar. Se não, então eu arranjava maneira de me manter ocupado, fazendo a minha mente pensar noutra coisa.


M.I. - Se pudessem criar um supergrupo com músicos de quem são fãs, quem escolheriam e porquê?

Agora só me lembro do Glenn Hughes a escrever canções com o Stevie Wonder.


M.I. - A cover de "Wake me up" do Avicii em 2013 foi uma ótima maneira de apresentar a banda ao público de rock em todo o mundo. Como tiveram essa ideia? Estão a planear fazer outra cover num futuro próximo?

Essa ideia surgiu numa tarde e foi gravada durante a noite, lançada uma semana depois. Muito espontânea! Eu gostaria de fazer uma homenagem a alguém, nós gravamos uma versão de “God’s will cut you” do Johnny Cash. Gravamo-la no ano passado e, alguns meses depois, sem saber onde e quando lançá-la, o Marilyn Manson lançou uma cover dessa música. Parece exatamente igual à que fizemos. Eu mostrei a nossa versão a um tipo da Universal Music e, 3 meses depois, o Manson lança uma cover muito parecida com a que fizemos. Que comece a conspiração!
 

M.I. - Na tua opinião, qual é a principal diferença entre os Reach e as outras bandas jovens?

Não vamos por atalhos com a nossa música, não escrevemos música para outra pessoa, ficamos juntos e mostramos respeito aos que estão à nossa volta.


M.I. - O que é que o futuro reserva para os Reach e quais são as vossas ambições pessoais?

Assim que começarmos a tournée, todos verão o que estamos a tentar fazer. Haverá muita música nossa. Os Reach estão apenas a começar.


M.I. - Por favor, partilhem uma mensagem final com os leitores da Metal Imperium.

Queremos enviar o nosso amor a todos vocês que nos ouvem e dar as boas-vindas àqueles de vocês que nunca ouviram falar de nós. Desejamo-vos tudo de melhor e que cuidem uns dos outros nestes tempos loucos. Gostaríamos de agradecer à Metal Imperium por nos permitir fazer parte de seu mundo. Obrigado / Reach

For English version, click here

Entrevista por Sónia Fonseca