Era de esperar que depois de 30 anos a tocar, a motivação já não fosse a mesma. Desenganem-se os leitores. Os Crematory dão-nos, há três décadas, algumas das melhores melodias góticas, death e industriais alemãs e não pensam tirar o pé do acelerador tão cedo. Este ano, lançaram Inglorious Darkness, o seu 16.º longa duração e uma espécie de regresso ao som mais velhinho da banda. Estivemos à conversa com eles.
M.I. – Antes de mais, parabéns pelo novo álbum! Um trabalho consistente, como esperado de Crematory.
Muito obrigado, estamos extremamente orgulhosos do nosso novo álbum. Atingiu as principais tabelas alemãs no 17.º lugar.
Muito obrigado, estamos extremamente orgulhosos do nosso novo álbum. Atingiu as principais tabelas alemãs no 17.º lugar.
M.I. – 30 anos a tocar! Como é fazer música durante três décadas e continuar com a mesma vontade e sem desejo de abrandar?
Tens de amar a música, só isso. Ainda estamos com ganas depois de todos estes anos e não vamos parar. Existe ainda muita diversão e dedicação.
M.I. – Como veem o metal dos últimos 30 anos e as mudanças que ocorreram, principalmente, na Alemanha?
A cena do metal passou por uma explosão comercial, tornou-se mais comum ouvir metal na sociedade. Isto teve alguns efeitos positivos mas, por outro lado, é mais sobre quantidade do que qualidade. Muitas bandas parecem semelhantes, são produtos de plástico e não são melhores do que as bandas pop criadas por casting.
M.I. - Quais são as vossas influências? Permanecem as mesmas ou os gostos mudam?
Mudam ao longo dos anos. Claro que ainda tens as tuas principais influências mas, para mim, temos um estilo único. Às vezes, pensamos em coisas de outras bandas e como aquilo soa bem, mas não somos cópia de ninguém. Mas, claro, somos influenciados por coisas novas e antigas.
M.I. - Há novas bandas alemãs que acham que se destacam das outras? O que recomendam?
Pessoalmente, é Brainstorm, uma banda de power metal do sul da Alemanha. Não têm um único álbum mau e não parecem os típicos alemães. Grande banda, vale mesmo a pena ouvir.
M.I. – Nestes 30 anos, deram muitos concertos e devem ter muitas histórias para contar! Primeiro: Qual foi a coisa mais louca que vos aconteceu numa atuação ao vivo? E segundo: Com que banda gostaram mais de partilhar o palco?
Há muitas coisas a mencionar. As situações mais engraçadas são sempre quando o Félix começa a interagir com o público. Ele é espontâneo como o raio.
Há muitos para mencionar, estamos orgulhosos de estar em todos os palcos, pequenos ou grandes.
M.I. – Como foi escrever um álbum nos últimos dois anos, no meio de uma pandemia global? Estes eventos influenciaram as canções?
É claro que viver numa situação completamente diferente durante cerca de dois anos tem um impacto importante na composição. Torna-se mais agressivo e direto. Estávamos chateados e consegues ouvir isso...
M.I. - Tiveram algum tipo de restrições ou conseguiram contornar os problemas?
Tivemos restrições durante a pandemia. Todo o processo não foi muito fácil.
M.I. – Normalmente, como é o vosso processo de composição? Todos contribuem? Juntam-se ou fazem as coisas separadamente?
É uma mistura de tudo o que mencionaste. Discutimos ideias, trabalhamo-las, arranjamos coisas, descobrimos que isto ou aquela ideia são tretas ou fantásticas...
M.I. – Embora não pareça ser uma continuação de Unbroken, parece-me seguir a mesma linha, com uma mistura de música industrial com vários géneros de metal. Qual é o grande tema da Inglorious Darkness?
É uma viagem pela história de Crematory. Os principais temas líricos são muito obscuros, mas ainda com uma vibração positiva. É muito fácil dizer que estou apenas no lado negro, a combinação da luz com a escuridão, faz com que a vida valha a pena viver.
M.I. - Desde 2016, com o Monument, que não escrevem canções na vossa língua materna. Porquê incluir canções em alemão agora?
Nunca entramos no processo de escrita com a intenção de fazer uma canção em alemão. Isso acontece de forma natural. A música tem de se encaixar na letra, se as letras em inglês se encaixam melhor, nós escolhemo-las.
M.I. – Houve alterações na formação. O que trouxe o Patrick, em particular, de novo para a banda?
É um baixista muito bom e um verdadeiro personagem no palco. Ele conhece-nos há anos e conhece muito bem o nosso tipo especial de humor.
M.I. – Despediram-se do segundo guitarrista, que também cantava. Foi uma forma de voltar ao passado e ao vosso som mais antigo?
Absolutamente. Queríamos voltar ao essencial do som de Crematory, mais direto e rude, com atitude e poder de metal gótico. Queríamos provar a nós mesmos que éramos capazes de fazer isso novamente, como nos velhos tempos.
Tens de amar a música, só isso. Ainda estamos com ganas depois de todos estes anos e não vamos parar. Existe ainda muita diversão e dedicação.
M.I. – Como veem o metal dos últimos 30 anos e as mudanças que ocorreram, principalmente, na Alemanha?
A cena do metal passou por uma explosão comercial, tornou-se mais comum ouvir metal na sociedade. Isto teve alguns efeitos positivos mas, por outro lado, é mais sobre quantidade do que qualidade. Muitas bandas parecem semelhantes, são produtos de plástico e não são melhores do que as bandas pop criadas por casting.
M.I. - Quais são as vossas influências? Permanecem as mesmas ou os gostos mudam?
Mudam ao longo dos anos. Claro que ainda tens as tuas principais influências mas, para mim, temos um estilo único. Às vezes, pensamos em coisas de outras bandas e como aquilo soa bem, mas não somos cópia de ninguém. Mas, claro, somos influenciados por coisas novas e antigas.
M.I. - Há novas bandas alemãs que acham que se destacam das outras? O que recomendam?
Pessoalmente, é Brainstorm, uma banda de power metal do sul da Alemanha. Não têm um único álbum mau e não parecem os típicos alemães. Grande banda, vale mesmo a pena ouvir.
M.I. – Nestes 30 anos, deram muitos concertos e devem ter muitas histórias para contar! Primeiro: Qual foi a coisa mais louca que vos aconteceu numa atuação ao vivo? E segundo: Com que banda gostaram mais de partilhar o palco?
Há muitas coisas a mencionar. As situações mais engraçadas são sempre quando o Félix começa a interagir com o público. Ele é espontâneo como o raio.
Há muitos para mencionar, estamos orgulhosos de estar em todos os palcos, pequenos ou grandes.
M.I. – Como foi escrever um álbum nos últimos dois anos, no meio de uma pandemia global? Estes eventos influenciaram as canções?
É claro que viver numa situação completamente diferente durante cerca de dois anos tem um impacto importante na composição. Torna-se mais agressivo e direto. Estávamos chateados e consegues ouvir isso...
M.I. - Tiveram algum tipo de restrições ou conseguiram contornar os problemas?
Tivemos restrições durante a pandemia. Todo o processo não foi muito fácil.
M.I. – Normalmente, como é o vosso processo de composição? Todos contribuem? Juntam-se ou fazem as coisas separadamente?
É uma mistura de tudo o que mencionaste. Discutimos ideias, trabalhamo-las, arranjamos coisas, descobrimos que isto ou aquela ideia são tretas ou fantásticas...
M.I. – Embora não pareça ser uma continuação de Unbroken, parece-me seguir a mesma linha, com uma mistura de música industrial com vários géneros de metal. Qual é o grande tema da Inglorious Darkness?
É uma viagem pela história de Crematory. Os principais temas líricos são muito obscuros, mas ainda com uma vibração positiva. É muito fácil dizer que estou apenas no lado negro, a combinação da luz com a escuridão, faz com que a vida valha a pena viver.
M.I. - Desde 2016, com o Monument, que não escrevem canções na vossa língua materna. Porquê incluir canções em alemão agora?
Nunca entramos no processo de escrita com a intenção de fazer uma canção em alemão. Isso acontece de forma natural. A música tem de se encaixar na letra, se as letras em inglês se encaixam melhor, nós escolhemo-las.
M.I. – Houve alterações na formação. O que trouxe o Patrick, em particular, de novo para a banda?
É um baixista muito bom e um verdadeiro personagem no palco. Ele conhece-nos há anos e conhece muito bem o nosso tipo especial de humor.
M.I. – Despediram-se do segundo guitarrista, que também cantava. Foi uma forma de voltar ao passado e ao vosso som mais antigo?
Absolutamente. Queríamos voltar ao essencial do som de Crematory, mais direto e rude, com atitude e poder de metal gótico. Queríamos provar a nós mesmos que éramos capazes de fazer isso novamente, como nos velhos tempos.
M.I. – A capa... Sei que foi feita pelo Stefan Heilemann (vi o website dele e tem pinturas fantásticas!). O design dá-me uma vibração de Inglourious Basterds (o filme) misturado com Wolfenstein (o videojogo). Qual é o significado?
A queda de um mundo sensual... Queríamos algo completamente diferente, por isso, o Stefan criou as imagens e nós ficámos atordoados. Encaixa perfeitamente na atitude do álbum, escuro, sexy mas muito perigoso e mau.
M.I. – Este é o vosso segundo álbum com a Napalm Records, depois de terem passado por outras marcas de renome. Porquê as constantes mudanças?
Na verdade, fizeram a melhor oferta e fazem um grande trabalho na promoção deste álbum. Um grande desempenho.
M.I. - Talvez ainda seja cedo, mas... Alguma ideia para o próximo álbum? Quando o podemos esperar?
Há muitas ideias, acreditem em mim. O que esperar... acho que o faremos à boa maneira antiga de Crematory.... Espera o inesperado.
M.I. – Planos para digressões? Acho que só têm datas para a Alemanha. Quando poderemos vê-los em Portugal?
Estamos a trabalhar em espetáculos fora da Alemanha. Haverá, definitivamente, alguns em Portugal.
M.I. – A propósito, conhecem e ouvem alguma banda portuguesa?
Moonspell, claro, são bons amigos nossos. Grande banda e música incrível.
M.I. – Últimas palavras para os nossos leitores?
Mantenham o espírito vivo!!! Chifres para cima. Espero vê-los em breve!!!!
M.I. – Mais uma vez, parabéns pelo álbum, obrigado pelas respostas e continuem a fazer o que fazem de melhor, como se o tempo nunca passasse por vocês!
Muito obrigado!!!! Saúde.
Ouvir Crematory, no Spotify