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Entrevista aos Schandmaul



Não é todos os dias que uma banda completa 25 anos de atividade. Mas os Schandmaul sim, e que melhor maneira de comemorar do que lançar um novo álbum pela Napalm Records? O dia 10 de junho, “Knüppel aus dem Sack”, foi o dia em que esta obra-prima foi lançada. A banda falou sobre música, convidados, instrumentos medievais e muito mais. Ouçam o álbum e leiam a entrevista!

M.I. -  Olá, rapazes. Obrigada pela entrevista. Como é que estão e como vai a vida na Alemanha?

Olá. Estamos bem. Hoje é um dia especial. É o lançamento do nosso novo álbum: “Knüppel aus dem Sack”. Estamos ansiosos pela reação dos fãs e pelos concertos de hoje e amanhã.


M.I. -  Vocês lançaram o vosso décimo primeiro álbum, chamado “Knüppel aus dem Sack”, no dia 10 de junho pela Napalm Records. Para os que não percebem alemão, podem, por favor, traduzir o nome do álbum e dizer-nos de que forma está relacionado com a cultura Medieval?

Na Alemanha, temos os famosos contos de fadas, compilados pelos “Irmãos Grimm”. Num desses contos, “cacete fora do saco” surge como uma arma mágica, que vem para te derrotar, quando és ameaçado. Por isso, o título refere-se aos velhos contos de fadas.


M.I. -  Este álbum é a continuação do vosso anterior: “Artus”, de 2019. Podem-nos dizer qual é o assunto deste novo álbum e será uma triologia?

O novo álbum, é uma mistura animada de contos antigos recontados e a descrição de experiências e emoções pessoais. Não se refere a nenhum dos CDs anteriores.


M.I. -  Este álbum é como um raio de luz e esperança nos dias de hoje. Como é que se prepararam, liricamente e musicalmente, para este álbum? Quais foram as vossas inspirações e como é que encontraram o vosso eu interior, que não tinham encontrado anteriormente?

Devido à pandemia, o processo de escrita já estava terminado em 2021, mas tivemos de esperar pelo lançamento. As nossas inspirações pessoais são experiências pessoais, acontecimentos biográficos nas nossas vidas, mas também livros, filmes e contos antigos. Simplesmente esperamos que a inspiração apareça, não seguimos um conceito, por isso é sempre uma surpresa, o que aparecerá no fim. Estamos contentes com o resultado. Canções como “Glück auf “ ou “Irgendwann” podem trazer esperança depois da pandemia.


M.I. -  Duas músicas bónus: “Der elfseitige Würfel” e “Long John Silver” foram adicionadas. Contem-nos a história, por favor.

“Long John Silver” foi inspirado num livro chamado “Die Schatzinsel”, por Stevenson e fala sobre um velho pescador, que conta a história da sua vida para o público, num pub, no porto todas as noites. O nosso cantor Thomas inventou a história de “Der elfseitige Würfel”, que lida com o desafio do teu destino… e perder no final.


M.I. -  Os instrumentos musicais Folk são conhecidos pela sua beleza e, ainda, pela sua complexidade. Concordam? Usaram algum novo instrumento para o álbum? Quais foram tocados?

Em alguns casos, concordaria. O hurdy gurdy, por exemplo, é tecnicamente muito complexo. No caso da gaita de foles, é mais a complexidade de estar afinado. No novo álbum, podes encontrar os instrumentos medievais que já usamos há algum tempo, como o hurdy gurdy, gaita de foles, shawn e o alaúde. Há muito mais músicas de gaitas de foles do que no álbum anterior.

M.I. -  Musicalmente, cada tema tem a sua própria identidade. “Knüppel aus dem Sack” é muito Metal, “Niamh” muito Folk. Foi muito difícil escrevê-las dessa maneira?


“Knüppel aus dem Sack” é uma música muito especial, pois não representa 100% o estilo de Schandmaul. Foi como uma experiência musical, também com um pouco de diversão. Acho que a diversidade de influências musicais é típica e importante para nós, nunca ficarás entediado com um álbum dos Schandmaul (espero eu).


M.I. -  O passado encontra o presente aqui e os refrões são muito cativantes, principalmente com a ajuda da voz do Thomas. Como é que o Thomas se preparou desta vez, vocalmente, para esta obra-prima?

O Thomas é um “cantor natural”, começa a cantar e consegue expressar-se perfeitamente com a sua voz sem pensar muito nisso. Durante a sessão de gravação, ele trabalhou com o seu treinador vocal Marco Klingel, eles têm sido uma grande equipa há alguns anos.


M.I. -  Vocês também têm excelentes convidados especiais: Saltatio Mortis, Ben Metzner (Feuerschwanz) e Fiddlers Green. Como entraram em contacto com eles e porquê estes?

Conhecemo-nos há muito tempo e temos uma amizade muito longa. “Glück auf “ inclui alguns elementos folclóricos irlandeses, por isso pareceu-nos conveniente convidar os Fiddlers Green. “Königsgarde” conta a história de cavaleiros a viverem uma vida leal e honesta juntos, então esta é a metáfora perfeita para uma cooperação com os nossos amigos e colegas. Além disso, achamos que a voz do Ben e a influência musical dos Saltatio Mortis encaixam-se perfeitamente nessa música.


M.I. -  Vocês já tocaram em vários festivais importantes, como Wave Gotik Treffen, M'era Luna e o lendário Wacken Open Air. Cada um deles tem um ambiente particular. Qual mais vos agradou e captou a essência da vossa música? Descobriram novas bandas?

É difícil escolher um favorito, porque cada um tem o seu próprio estilo charmoso e ousado. O meu favorito foi o WGT e acho que o lado medieval está mais representado lá.


M.I. -  Estão quase completar 25 anos de atividade. Como vão preparar as festividades, enquanto promovem o álbum? Qual festival e país estão animados para visitar? Curiosos para conhecer Portugal?

Infelizmente, não temos planos para tournées em países estrangeiros, devido às nossas situações pessoais (crianças pequenas, outros empregos part time), estamos a ficar sem tempo. Mas quem sabe, talvez no futuro?? Celebraremos o nosso 25º aniversário com o festival do jubileu no “Anfiteatro Gelsenkirchen”. Mas agora estamos ocupados com a temporada de verão de 2022.

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Entrevista por Raquel Miranda