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Ainda não eram 20h00 e a fila cá fora já fazia prever que lá dentro não caberia mais uma mosca – de relembrar que a mais de uma semana do concerto, este já se encontrava esgotado.
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Eram 20h30 quando os Systemik Viølence subiram ao palco para iniciarem a sua atuação. A prestação destes em cima do palco pode ser descrita como uma autêntica explosão de energia que nos agride o corpo sem sequer nos chegar a tocar. Faixas como “Punks is Posers”, “Extinta Raiva”, “Satanarkist Attack!” e o clássico “Anarquia Violência” fizeram parte de uma setlist que deixou o público completamente rendido. O vocalista fez questão de deixar bem claro que a banda não ia dar tréguas e cumpriram o prometido. Este concerto serviu para continuarem a promoção do seu mais recente trabalho “Negative Mengel Attitude”, lançado em junho deste ano..JPG)
Seguiram-se os Escuela Grind. O grupo liderado por um autêntico furacão chamado Katerina Economou provou o porquê destes serem uma das bandas mais requisitadas da atualidade. Uma atuação devastadora caracterizada pela bujarda de grindcore e powerviolence, onde a vocalista esteve em constante contacto com o público (com uns pequenos apontamentos num português quase perfeito!) e isso também ajudou a que simbiose entre o que se passava em cima do palco e cá em baixo se transformasse num autêntico espetáculo. Faixas como “All is Forgiven”, “Cliffhanger”, “Punishment Ritual”, “Meat Magnet” (faixa que estará presente no próximo álbum e que apesar de contar com a contribuição do vocalista de Napalm Death, este não subiu ao palco para a cantar com a banda) fizeram parte de uma setlist que ainda contou com uma cover de “Filth” dos Hatebreed e ainda um novo single (o primeiro do próximo álbum) chamado “Ball and Chain”. A banda deixou uma excelente imagem em solo português e de certeza que aqueles que estiveram presentes no RCA ficaram a desejar um rápido regresso da banda a Portugal e a ansiar pelo lançamento do próximo álbum da banda, que se intitulará “DDEEAATHHMMEETTAALL” (a data de lançamento está agendada para o próximo dia 12 janeiro de 2024) e conclui a trilogia de EPs, onde se juntam “PPOOWWEERRVVIIOOLLEENNCCEE” e “GGRRIINNDDCCOORREE”. .JPG)
Para terminar a noite, seguiram-se as lendas do extreme metal Napalm Death. O regresso a Portugal da banda formada em Birmingham não podia ter sido mais perfeito e Barney Greenway – vocalista da banda – deixou isso bem claro. A setlist passou por temas como “Siege of Power”, “Scum” e “You Suffer” do clássico álbum de 1987 (“Scum”), mas também se ouviram faixas como “Smash a Single Digit”, “Suffer The Children”, “Amoral” e “Invigorating Clutch”. Ainda houve tempo para a clássica versão de “Nazi Punks F*ck Off” (talvez das músicas que mais rebuliço geraram entre o público), dos Dead Kennedys e temas como “Resentment is Always Seismic” e “Narcisus” de “Resentment is Always Seismic - a final throw of Throes”, miniálbum lançado em 2022. Os Napalm Death puxaram do seu estatuto e isso foi notório na forma como o público gritava o nome da banda quando Barney iniciava os seus discursos (“NAPALM DEATH” era possível ouvir-se na ponta oposta de Alvalade), na forma como as músicas eram cantadas em uníssono e das autênticas invasões de palco que culminavam num concurso de stage dives. A vontade de receber a banda é Portugal é sempre enorme e estes não desiludiram nem só um bocadinho – que o próximo regresso esteja para muito breve!
Mais uma excelente noite proporcionada pela Hell Xis, que conseguiu encher uma sala a um dia de semana. Prova de que a cultura não caiu e que as coisas continuam a acontecer, só não vê (nem vai) quem não quer. Ao público, os parabéns pela excelente atitude e às bandas, parabéns pelas espetaculares atuações – ao ponto de tornarem muito difícil eleger aquele que foi o melhor concerto da noite.
Texto por Ricardo Moita
Fotografia por Joana Alexandra
Agradecimentos: HellXis
