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Karma to Burn – "V" Review

Os americanos Karma to Burn sempre trocaram a melodia da voz por um riff que destrói qualquer garganta. Porém no seu último álbum via Napalm Records, intitulado V, contam com a participação de Daniel Davies. Desde 2001 que a actividade da banda oscila, quer pelos problemas com as drogas quer pela entrada e saída de elementos, talvez estivessem apenas a amadurecer nas castas do stoner rock instrumental. O álbum V, o quinto na sua discografia, apresenta oito bombardeiros, sendo que cinco são em formato instrumental e as restantes com a participação vocal de Davies.

A composição está bastante doseada, com riffs graves e bastante groovy, acompanhados por um baixo bem arrastado e uma bateria em fase de combustão, como podemos ouvir em Forty Seven e Forty Eigth (continuando a lógica da numeração nas faixas instrumentais). Com espaço para uma cover de Black Sabbath – Never Say Die, onde a voz de Daniel roça a melodia Ozzyana, retratando a última fase de Ozzy em Black Sabbath até à anunciada reunião após 20 anos do grupo. Porém, é em faixas como ‘Jimmy D’ e ‘Cynics’ que ouvimos aquilo a que estes veteranos nos têm habituado desde os primeiros álbuns, porém há estranheza na voz, que nem sempre se articula com os riffs demoníacos da guitarra de William Mecum.

Notamos um desfasamento relativamente ao antecessor ‘Appalachian Incantation’ que foi uma autêntica bomba recebida pela crítica e amantes do género, algo que torna a tarefa dura a este álbum. De qualquer maneira, uma vez que estamos perante uma reunião de um novo line-up, é normal que a estranheza por vezes de lugar à incompreensão, mas notamos também com
este novo trabalho uma procura por um som mais limpo, maduro e característico.

Nota: 5/10

Review por Hugo Fonseca